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Política

Gaeco vai ouvir dois vereadores, sócia de Amorim, empresário e secretário

Paulo Yafusso | 02/09/2015 13:17
Empresário João Amorim é apontado como operador de esquema contra Bernal (Foto: Marcos Ermínio)
Empresário João Amorim é apontado como operador de esquema contra Bernal (Foto: Marcos Ermínio)

A operadora financeira do empreiteiro João Alberto Krampe Amorim (dono da Proteco), Elza Cristina Araújo dos Santos, está entre os sete que serão ouvidos nesta semana pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na investigação referente a Operação Coffee Break.

De acordo com as investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Lama Asfáltica, ela era a responsável pelo pagamento das propinas e a “senha” usada para esses pagamentos era “cafezinho”.

Entre os que irão prestar depoimento ou como envolvidos no esquema de cassação do prefeito Alcides Bernal (PP) ou como testemunhas, estão também o deputado estadual Cabo Almi (PT), um empresário do ramo de comunicação e os vereadores Vanderlei Cabeludo (PMDB), Paulo Pedra (PDT) e Airton de Araújo (PT), cuja assessoria confirmou que ele recebeu a notificação.

Cabo Almi será ouvido porque é citado em conversa telefônica interceptada pela Polícia Federal na Lama Asfáltica. O diálogo é entre os empresários João Baird, dono da Itel Informática, e Fábio Portela Machinsky. Ambos prestaram depoimento ao Gaeco no último dia 25, data em que foi deflagrada a Operação Coffee Break. No grampo telefônico feito com autorização da Justiça, os empresários fazem as contas de quantos vereadores fecham para votar pela cassação de Bernal, e comentam da negociação com o deputado.

Airton de Araújo foi notificado por ter como padrinho político o deputado Cabo Almi, e provavelmente o que os promotores do Gaeco pretendem esclarecer é se em algum momento o deputado conversou com ele sobre o posicionamento quanto a votação da cassação do prefeito Alcides Bernal.

Um dos questionamentos que deverá ser feito com Elza Cristina Araújo dos Santos, é com relação ao convite feito por ela para que o empresário do setor de comunicação fosse tomar um “cafezinho fraco” com ela. Para a Polícia Federal, a conversa sugere que Elza estaria acertando a liberação de dinheiro ao empresário, que aparece em conversas telefônicas que constam no relatório do Lama Asfáltica, falando com João Amorim sobre a negociação com os vereadores para cassar o prefeito Alcides Bernal.

A Lama Asfáltica vem sendo conduzida pela Polícia Federal, CGU (Controladoria Geral da União), Receita Federal e Ministério Público Federal. A investigação é referente ao desvio de verbas federais mediante corrupção de servidores estaduais e fraudes em licitação.

Como o esquema que seria coordenador por João Amorim envolve também questões de nível regional, como a cassação do prefeito Alcides Bernal, o MPE (Ministério Público Estadual) criou Força Tarefa com 8 promotores para investigar o caso, e o Gaeco vem atuando nessa investigação que envolve a Prefeitura da Capital.

De hoje a tarde até sexta-feira, o Gaeco vai ouvir sete pessoas.

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