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Política

Deputada protesta contra desocupação de lotes pelo Incra em MS

Zemil Rocha e Leonardo Rocha | 27/08/2013 14:37
Deputada Mara Caseiro pediu "bom senso" ao Incra nas suas desocupações (Foto: Arquivo)
Deputada Mara Caseiro pediu "bom senso" ao Incra nas suas desocupações (Foto: Arquivo)

A deputada estadual Mara Caseiro (PT do B) criticou a forma como o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) vem realizando desocupação de lotes da reforma agrária que foram “vendidos” pelos primeiros possuidores. “Precisa avaliar melhor e ter bom senso na hora de desocupar famílias desses lotes”, protestou a parlamentar, citando as duas retomadas de lotes que aconteceram há seis dias nos assentamentos Santo Antônio e Lua Branca, em Itaquiraí.

Com apoio de policiais da Cigcoe, o Incra entrou nas áreas e retirou as famílias sem avaliar caso a caso o que estava acontecendo. “Havia trabalhadores rurais que estavam há seis a dez anos no local, mesmo que ter documento de posse”, afirmou Mara Caseiro. “Melhor deixar na área quem produz do que expulsar e depois por alguém que não se sabe se vai produzir”, ponderou.

Um dos expulsos, segundo Mara, é um idoso de 68 anos, que passou mal ao ser retirado e “está entre a vida e a morte” em hospital. Para ela, foi uma injustiça já que aquele trabalhador rural estava há seis anos produzindo naquele lote.

Em aparte, o deputado Zé Teixeira (DEM) contrapôs-se a Mara Caseiro afirmando que não há que se analisar a situação com base na situação pessoal dos envolvidos, mas sim considerando-se a questão da legalidade. “Na reforma agrária quem compra esse lote, sabe que está cometendo ilegalidade”, afirmou o democrata.

Propôs que seja formada uma comissão para fazer vistoria nos assentamentos de reforma agrária de Mato Grosso do Sul. “Hoje 40% dos lotes já foram vendidos porque quem conseguiu a terra no Incra”, denunciou. “Reforma agrária aqui é política ideológica, que na prática não funciona”, acrescentou.

Citou como exemplo o Assentamento Itamarati, onde, conforme Zé Teixeira, a maioria dos lotes foi arrendada por um salário por mês. “E para tornar legal essa negociação formam associação e arrendam para terceiros”, apontou.

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