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Política

Eleição da Assomasul expõe racha entre prefeitos

Combinado no ‘fio do bigode’, sucessão da entidade tem reviravolta com decisões do atual presidente

Gabriela Couto | 14/12/2022 15:09
Fachada da sede da Assomasul, em Campo Grande. (Foto: Edson Ribeiro)
Fachada da sede da Assomasul, em Campo Grande. (Foto: Edson Ribeiro)

Apesar de afirmar que as datas do edital foram definidas junto com os demais membros da diretoria, o prefeito de Jateí, Eraldo Jorge Leite (PSDB), afirmou que as decisões do presidente, o prefeito de Nioaque, Valdir Couto Júnior (PSDB), são tomadas de forma unilateral. Ele é o atual tesoureiro da Assomasul e não sabia da divulgação.

“Me sinto no direito de me abster de tudo que for relacionada a esta eleição, porque foi muito estranha a publicação do edital sem que nós soubéssemos. Por isso estamos tentando entre os prefeitos a possibilidade de outra chapa e decidir o rumo que vamos tomar. Sou contra a reeleição do Valdir. Ele administra a entidade como se propriedade particular dele fosse”, disparou. Eraldo já confidenciou a alguns colegas que pretende retirar a participação do município na entidade caso o presidente seja reeleito.

Mais chateado ainda está o prefeito de Amambai, Edinaldo Luiz de Melo Bandeira (PSDB). Ele que recebeu a palavra de Valdir para ser o candidato a presidente do próximo biênio. “Para não ter racha na entidade, combinamos com vários colegas que iríamos apoiar o prefeito Valdir Júnior após o acordo verbal com ele de que eu seria o próximo candidato a presidente. Fiquei surpreendido que até agora não recebi o edital da eleição”, lamentou.

Segundo ele, o atual presidente já percorreu os municípios buscando assinaturas de prefeitos para uma carta de intenção de votos que assegurassem a maioria para sua reeleição. “Vários recusaram a assinar essa carta. Só aqui no Conesul, eu já tenho apoio de 11 dos 14. Tem mais cinco votos confirmados, além de outros que falaram que se eu sair candidato, vão abrir mão de votar o Valter Júnior para votar em mim. Prefeitos que são de outros partidos inclusive”, disse Bandeira que alegou que todos estão se sentindo traídos.

Parte dos prefeitos estão insatisfeitos com a atual gestão. “A entidade não é de um só, é de todos. Precisamos ter a oxigenação. O Valdir Júnior fez muito o lado social, de confraternização dos prefeitos. Não é isso que a gente almeja. Queremos dar um sentido para a entidade. Não só na questão do bom convívio, mas sim pautas que beneficiem o município. Por isso, decidi sair candidato. Para discutir a divisão do rateio do ICMS, a pauta do governo federal sobre arrecadação dos municípios. Estar participando ativamente de propostas. Principalmente do interior, para serem centros maiores e mais capazes de resoluções. Não percebemos isso na gestão do Júnior. Mas ele se adiantou e fez campanha extemporânea”.

Bandeira disse que o governador eleito Eduardo Riedel (PSDB) já sabe sobre a situação. “Ele disse que precisamos buscar a neutralidade, por conta de sermos companheiros do mesmo partido almejando a mesma posição. Ele foi prudente. Já o governador e presidente estadual do partido, Reinaldo Azambuja, preza pelo consenso e pediu uma candidatura única. O que é ruim para o partido e a entidade. Mas também não fomos tolhidos de fazer uma chapa”, destacou o prefeito de Amambai.

Respostas – O presidente da Assomasul afirmou que todo o procedimento foi feito pela comissão eleitoral da entidade, que acompanha os prazos e registro das chapas justamente para que o regimento seja cumprido.

“Estou trabalhando sim para a minha reeleição. Temos um grupo de prefeitos que já declararam apoio a minha reeleição e estou conversando com os demais. Não existe nenhuma situação de racha ou briga, os prefeitos estão unidos, e a prova disso foi a eleição do governador Eduardo Riedel, nunca se falou tanto em municipalismo como nessa gestão”, pontuou.

Já o presidente do partido, o governador Reinaldo Azambuja, afirmou por meio da assessoria de imprensa que não irá se manifestar por se tratar de uma entidade de prefeitos e não partidária. Vale ressaltar que dos 79 municípios, 37 são comandados por tucanos.

Eleição - A votação está marcada para o próximo dia 10 de janeiro. A votação será feita das 8h às 17h na sede da entidade, localizada na Avenida Eduardo Elias Zahran, 3179, no Bairro Antônio Vendas.

Normalmente a eleição sempre ocorre na segunda quinzena de janeiro, sendo que a eleição passada foi no dia 29/01. De acordo com o documento, as chapas podem ser inscritas entre os dias 13 e 31 de dezembro. Tanto a realização quanto a apuração dos votos está marcada para 10 de janeiro.

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