Em 1ª declaração após prisão, Delcídio nega ameaça a colegas e delação
Senador não voltará ao Senado hoje para fazer exames médicos, afirma assessoria
Em sua primeira declaração, depois de quase três meses preso, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) nega a informação de ameaça de entregar colegas do Senado, caso tenha seu mandato cassado. Corre, no Conselho de Ética, representação contra ele por quebra de decoro parlamentar.
As informações foram publicadas na Folha de São Paulo nesta terça-feira (23). Seu retorno ao parlamento, inclusive com declarações na tribuna, que estava previsto para hoje, será adiado, de acordo com a assessoria do senador.
Segundo Delcídio, que estaria 12 quilos mais magro, seus colegas de Senado o conhecem bem. “Posso não ser uma Brastemp, mas não sou burro, nem louco de botar o Senado contra mim”, teria dito.
Cogitações sobre uma possível delação premiada também foi descartada por ele. “Não há delação premiada alguma. Minha defesa é boa. Será feita nos tribunais superiores”, disse.
Pouco tempo depois da prisão do senador, a imprensa nacional divulgou notícias sobre a possibilidade de Delcídio aceitar acordo de colaboração premiada, desde sempre negada pela defesa.
Ainda segundo a Folha de São Paulo, o senador explicou que não está em prisão domiciliar e, sim, em “recolhimento noturno”, que seria uma medida cautelar. Essas e demais informações serão explicadas durante seu primeiro pronunciamento na tribuna.
Na sua volta, o senador também fara 'corpo a corpo' com os demais colegas, no intuito de se defender, enquanto na tribuna afirmará ser inocente e vítima de armação.
A assessoria de comunicação confirmou que o senador não voltará aos trabalhos no Senado nesta terça-feira. Delcídio passará por "uma série de exames" e a definição do horário que ele terá de voltar para casa, em virtude da medida cautelar. Ainda conforme a assessoria, o senador "não pedirá licença, reassumirá o mandato e todas as comissões das quais faz parte".
Prisão - O petista foi detido em 25 de novembro em desdobramento da operação Lava Jato. Desde então, o parlamentar, mantido inicialmente na superintendência da Polícia Federal, em Brasília, foi transferido para o presídio militar, teve a prisão mantida pelo STF e Senado.
Segundo a PGR (Procuradoria Geral da República), que já denunciou o senador ao STF, ele teria agido de forma a dificultar a colaboração premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, com o objetivo de evitar que fosse divulgado seu envolvimento nas possíveis irregularidades da Petrobras. O petista ainda foi gravado oferecendo um plano de fuga ao ex-diretor.