Em ano eleitoral, restrição de envio de recursos prejudica municípios
Prefeitos participaram de evento do TCE para tirar dúvidas sobre prestação de contas
A restrição de envio de repasses por parte dos governos estadual e federal prejudica os municípios e é o principal problema durante ano eleitoral, avaliam prefeitos de cidades de Mato Grosso do Sul. Nesta segunda-feira (dia 23), chefes dos Executivos municipais participam de evento do TCE (Tribunal de Contas Estadual).
"Os recursos ficam travados", afirma o prefeito de Jardim, Guilherme Alves Monteiro (PSDB). Conforme a legislação eleitoral, impede transferências de verbas aos municípios e estados nos seis meses que antecedem a eleição.
Para ele, cabe aos prefeitos se organizarem para tentar agilizar a liberação de verbas. Apesar da restrição, as contas da cidade estão satisfatórias, aguardando apenas a melhora na economia, tanto a nível estadual quanto federal.
"Atrapalha [restrições eleitorais]. Principalmente os que estão em segundo ano de mandato", afirma o prefeito de Chapadão do Sul, João Carlos Krug (PSDB). Para ele, os recursos estadual e federal são importantes para a finança local.
Em seu município, o chefe do Executivo trabalha no controle de gastos para tentar fazer com que sobre dinheiro para investimentos.
O prefeito de Nova Andradina, Gilberto Garci (PR), aponta a questão de os pleitos eleitorais ocorrerem de dois em dois anos, o que, em sua visão, atrapalha o País inteiro. "Perde-se muito tempo falando em campanha e atrapalha as gestões".
Na cidade que comanda, a receita está estabilizada, afirma. Contudo, o que entra em dinheiro não acompanha o aumento das despesas. Por isso, o município estuda fazer ajustes e cortes.
Já em Ribas do Rio Pardo, o prefeito Paulo Tucura (MDB), diz que o município teve uma queda significativa de receita e que não há sobra de recursos para investir. Em ano eleitoral, a situação pode ficar ainda pior, já que não tem como receber recursos adicionais.
Carlos Alberto Pelegrini (MDB), chefe do Executivo municipal de Tacuru, lembra que a situação em sua cidade é diferente, já que assumiu em junho de 2017. O vencedor em 2016, Claudio Rocha Barcelos, o Dr. Claudio (PR), teve sua candidatura indeferida por captação ilícita de voto.
Ao Tribunal de Contas, avisou que está com dificuldades nas finanças, já que recebeu um caixa com R$ 4,6 milhões a menos.
Evento - Nesta segunda-feira, prefeitos de diversas cidades de MS participaram do "Tecendo o poder local", no qual os chefes dos Executivos puderam tirar dúvidas sobre prestação de contas.