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Política

Em depoimento, Bumlai diz que não participou de esquema de corrupção

Flávio Paes | 30/11/2015 22:08

No depoimento que prestou à Polícia Federal nesta segunda-feira, o pecuarista José Carlos Bumlai negou qualquer participação no esquema de desvios de dinheiro da Petrobras, descoberto pela Operação Lava Jato. Ele está preso dede desde o dia 24 de novembro, quando foi deflagrada a 21ª fase dos trabalhos.

Bumlai é suspeito de ter usado um empréstimo bancário no Banco Schain, em 2004, para ajudar o Partido dos Trabalhadores (PT) a pagar uma dívida de campanha do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Segundo Salim Schain, um dos donos do banco, cujo grupo a que pertence também atua na área de energia, o pecuarista pegou R$ 12 milhões e nunca pagou.

Além de Schain, outros dois delatores contaram a mesma história aos procuradores que investigam os casos de desvios na Petrobras. Segundo o banqueiro, o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ligou para o banco e ajudou o grupo a fechar o aluguel de um navio-sonda para a Petrobras, o Vitória 10.000. O contrato rendeu mais de R$ 1,6 bilhão ao grupo que controla o banco.

O ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, haviam contado parte dessas informações. Segundo Baiano, José Carlos Bumlai usou o nome do ex-presidente Lula e do então presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli para dar credibilidade ao negócio. O pecuarista é conhecido pela amizade que mantém com Lula.

Segundo a advogada Daniela Meggiolaro, que representa Bumlai, o cliente respondeu a poucas perguntas dos policiais. "Ele prestou um depoimento bem curto, restrito às acusações que conta, que fundamentaram o decreto prisional. Então, é realmente muito preliminar, eu acredito que outros depoimentos virão com o tempo", disse.

No termo de declarações, disponível na página da Justiça Federal, consta que Bumlai informou não saber o motivo de nunca ter sido cobrado pelo Banco Schain pelo empréstimo. Ele disse que pediu o dinheiro para usar como entrada para a compra de uma propriedade rural. Também negou conhecer Salim Schain e que tenha pedido o empréstimo para repassar ao PT.

Reconheceu, no entanto, que conhece Fernando Baiano. Disse que procurou o lobista para tentar negociar a quitação da dívida junto ao Banco Schain, usando a transferência de uma fazenda para a entidade, como forma de pagamento. Bumlai afirmou que nunca tratou com Baiano sobre negócios envolvendo a Petrobras.

Quanto á amizade com Lula, Bumlai reconheceu que tem proximidade com o ex-presidente, por ter feito projetos de reforma agrária para o governo eleito em 2002. Contudo, negou que Lula tenha visitado qualquer uma das fazendas dele ou mesmo os apartamentos

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