Em MS, cidades onde Bolsonaro venceu tiveram a maior abstenção no Censo
Análise aponta que cidades eleitoras do ex-presidente foram as que mais deixaram de responder ao questionário
As cidades quem mais votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022 também foram as que menos responderam ao Censo do IBGE em Mato Grosso do Sul. A taxa média de abstenção foi de 2,3% nos municípios em que Bolsonaro venceu no segundo turno, contra 1,4% nos que elegeram o petista Luis Inácio Lula da Silva (PT).
Mato Grosso do Sul teve alguns lugares que chegaram a 3,1% de abstenção. A mesma relação ocorrer nos estados do Mato Grosso, Paraná, Pará, Goiás, Santa Catarina, Tocantins, Espírito Santo, Minas Gerais, Alagoas e Rio Grande do Sul.
A pesquisa considerou estados com ao menos dez cidades que elegeram Lula e dez cidades que elegeram Bolsonaro, que poderiam ser comparadas diante da renda municipal semelhante.
Ao todo, de acordo com a publicação do jornal Folha de São Paulo, 2,2 milhões de domicílios em estados que elegeram o ex-presidente não responderam o Censo, contra 829 mil domicílios de eleitores do presidente Lula.
A grande parcela da população que não respondeu ao Censo de 2022 se concentrou em áreas de maior renda.
Para o presidente interino do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Cimar Azeredo, uma das hipóteses é que existe um pensamento entre classes mais abastadas de que o "censo não importa".
Em todo Brasil a taxa de não resposta aos recenseadores foi de 4,23%, tendo as maiores abstenções em São Paulo e no Rio de Janeiro.