ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
JULHO, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 13º

Política

Em um dos maiores protestos femininos de MS, mulheres marcham rumo ao CMO

Elas dizem que como patriotas não aceitam “um governo corrupto” e pedem a garantia da lei e da ordem.

Ângela Kempfer | 15/11/2022 21:03
Mulheres vestidas de verde e amarelo, com bandeiras e palavras de ordem em faxias. (Foto: Kisie Ainoã)
Mulheres vestidas de verde e amarelo, com bandeiras e palavras de ordem em faxias. (Foto: Kisie Ainoã)

A tarde desta terça-feira teve uma onda patriótica feminina, em verde amarelo, que começou com marcha até a frente do CMO (Comando Militar do Oeste), em Campo Grande.

Com a placa “Não nos curvaremos a um sistema corrupto”, uma das primeiras na fila que marchava gritando palavras de ordem repetia que o “Brasil nunca será vermelho”.

O clima ameno ajudou neste feriado, mas a maioria na multidão de mulheres participa das manifestações contra a eleição de Lula, desde que o petista foi oficialmente considerado eleito.

“Estou protestando desde o dia 31 de outubro. Não aceito as manipulações feitas para a vitória vermelha”, diz a servidora pública Silmara Cavalcante, de 35 anos.

As opiniões sobre qual seria o melhor desfecho neste momento são várias.

Para 3 mulheres que já na linha de frente carregavam placas com fotos e nomes dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica em Mato Grosso do Sul, só o pedido de S.O.S às Forças Armadas vai resolver o problema, com intervenção militar.

Mas há quem não concorde com essa fórmula radical e pede mais uma auditoria nas urnas e a anulação do pleito. “Esquece esse negócio de intervenção, mas que teve fraude, teve. Não é possível que a maioria escolheu um homem que nunca fez nada pelos brasileiros”, reclama a cabeleireira Sônia Lima, que saiu da Avenida Sebastião Lima para engrossar o protesto na Duque de Caxias.

Marcha e carros na Duque de Caxias. (Foto: Kisie Ainoã)
Marcha e carros na Duque de Caxias. (Foto: Kisie Ainoã)

Também abrindo a marcha, duas mulheres estenderam a faixa: “Exigimos a garantia da lei e da ordem”, e contestam que o PT seja o melhor para o Brasil. A advogada Terezinha Rigon avalia que “o processo todo foi deturpado, inclusive, com censura a quem apoiava Bolsonaro”.

Do outro lado da faixa, a também advogada Fabíola Figueiredo, de 43 anos, mostra o que atrai tanta gente com as mesmas crenças aos protestos em frente ao CMO. “Sou mãe, católica e acredito na família.”

O forte engajamento de mulheres também fez aumentar a participação das crianças. Com saia azul de tule e blusa amarela, a filha estreou no protesto ao lado da mãe, que preparou figurino especial para a menina também entrar na marcha. Mas antes que dissesse o nome, foi interrompida por outra participante contrária às entrevistas à imprensa.

Manifestantes levaram fotos dos comandantes das Forças Armadas de Mato Grosso do Sul. (Kisie Ainoã)
Manifestantes levaram fotos dos comandantes das Forças Armadas de Mato Grosso do Sul. (Kisie Ainoã)

A educadora Amanda Diógenes, 30 anos, aceitou falar, mas resume em uma palavra o que na opinião dela foi irregular nas eleições: “Tudo”.

 Além de mulheres de todas as idades, idosos e gente de diferentes classes sociais pareciam emocionados, todos repetindo que a luta é para defender um Brasil com eleições limpas e sem corrupção.

Desconfiadas com a presença da imprensa, algumas mulheres entrevistadas não aceitaram informar os nomes e criaram alguns evidentemente fictícios.

Dona “Maria Aparecida Pedrossian”, uma senhora que caprichou no modelito, até com tiara cheia de lacinhos na cabeça, era uma das mais animadas. Diz que a marcha é “pelos meus filhos, pelo futuro deles e do meu País”.

Também desde o início do movimento, a aposentada, de 72 anos, é uma das mais presentes no “fronte”, no rodízio que é feito entre os participantes. “Ixi minha filha, venho todo dia, trago arroz, água, colchão, o que precisar. A gente faz de tudo”.

Advogadas levam faixa sobre lei e ordem em ato rumo ao quartel. (Foto: Kisie Ainoã)
Advogadas levam faixa sobre lei e ordem em ato rumo ao quartel. (Foto: Kisie Ainoã)


Nos siga no Google Notícias