Emendas parlamentares destinaram R$ 27 milhões para a Delta em MS
Em todo o Brasil, a empresa foi contemplada com R$ 104 mi de recursos de emendas parlamentares desde 2009
No centro de denúncias envolvendo o esquema de jogo ilegal liderado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a Construtora Delta recebeu R$ 27,8 milhões de emendas parlamentares de políticos de Mato Grosso do Sul.
Conforme o jornal O Estado de São Paulo, em todo o Brasil, a empresa foi contemplada com R$ 104 milhões de recursos de emendas parlamentares desde 2009.
O valor corresponde a 48 emendas que a União empenhou para as obras, tocadas pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Os dados são do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal).
Ainda conforme a reportagem, as emendas foram “apresentadas em conjunto por bancadas estaduais, estratégia que, não raro, serve para impedir a identificação do verdadeiro padrinho dos recursos”.
No Centro-Oeste, área de atuação de Cláudio Dias de Abreu, preso desde 25 de abril, as emendas chegaram a R$ 55,4 milhões.
Milionárias - Relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) aponta que a Construtora Delta firmou contratos de R$ 164 milhões com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Mato Grosso do Sul. Conforme relatório divulgado pela CGU (Controladoria-Geral da União), as obras são nas rodovias 158, 262, 267, 163.
Já o governo do Estado teve dois contratos com a empresa, no valor de R$ 51 milhões. Conforme a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), o primeiro contrato foi firmado em 10 de agosto de 2010, com início da obra no dia 1º de outubro de 2010.
O investimento de R$ 51.287.814,52 foi aplicado na recuperação da rodovia MS-377. O segundo contrato, também firmado em agosto de 2011, foi de R$ 430 mil, investido em drenagem.
Laranja- Conforme denúncias, um dos laranjas da Delta, no esquema com Cachoeira, mora em Dourados. A empreiteira é suspeita de montar uma rede para lavar dinheiro numa triangulação com outra construtora, a Alberto e Pantoja Construções e Transporte Ltda.
Dentre os principais destinatários do dinheiro do esquema está Pedro Batistoti Júnior, tecnólogo e ex-funcionário da Delta no Estado. Laudos da PF atestam que ele teria recebido R$ 300 mil. Ele nega a acusação.
Investigação – No último dia 25 de abril, foi criada a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Cachoeira. A comissão aprovou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Cachoeira desde o dia 1° de janeiro de 2002. A CPI investiga o envolvimento de Cachoeira e de seu esquema criminoso com políticos e empresários.