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Política

Escutas revelam mais suspeitas sobre supersecretário de Bernal

Aline dos Santos | 21/02/2013 12:32
Gustavo Freire é citado em esquema para liberar maquinários. (Foto: Reprodução)
Gustavo Freire é citado em esquema para liberar maquinários. (Foto: Reprodução)
Gustavo Freire, que, atualmente, acumula os cargos de secretário de Receita e de Governo na Prefeitura de Campo Grande.
Gustavo Freire, que, atualmente, acumula os cargos de secretário de Receita e de Governo na Prefeitura de Campo Grande.

Escutas da operação Vulcano, realizada pela PF (Polícia Federal) em 2008, traz mais suspeitas sobre a atuação de Gustavo Freire, que, atualmente, acumula os cargos de secretário de Receita e de Governo na Prefeitura de Campo Grande.

As denúncias são relativas ao período em que ele foi auditor da Receita Federal em Corumbá, na fronteira com a Bolívia.

Freire já foi denunciado à Justiça pelo MPF (Ministério Público Federal). A ação de improbidade pede o bloqueio de bens, ressarcimento dos valores recebidos de forma ilícita, pagamento de R$ 100 mil em danos morais coletivos e a condenação à perda da função pública.

O novo documento ao qual o Campo Grande News teve acesso relaciona Gustavo Freire ao recebimento de propina para liberar maquinários de empresa com sede em Minas Gerais, após término de obras na Bolívia.

Em uma das gravações, Freire conversa com Paulo Antônio Calhedas Gomes, funcionário da empresa em Corumbá. No diálogo, Freire diz que está “cheio de processos de admissão de temporário”. Em seguida, eles combinam de se falar pessoalmente.

Conforme análise da polícia, Gustavo Freire pede que Paulo vá até ao posto de fiscalização, provavelmente para que soubesse quantos processos havia com ele e para poder informar quando a empresa poderia fazer o pagamento da propina, para que Freire liberasse os processos. A gravação foi feita em 10 de setembro de 2008.

Em outra escuta, dois funcionários da empresa conversam a respeito do esquema. No diálogo, falam sobre a liberação dos equipamentos na Receita Federal e revelam “que pagariam mil e quinhentos dólares para levar os equipamentos da empresa que estavam nos conteiners”.

Tabela – Em outra parte da investigação, divulgada no último dia 9 pelo Campo Grande News, é atribuída a Gustavo Freire a implantação de um “tabelamento” para liberação de cargas de variados tipos de mercadorias.

De acordo com o MPF, a fraude encontrada pela Corregedoria da Receita Federal na Inspetoria de Corumbá se resumia a duas ações: rápida liberação de mercadorias e omissão nas providências fiscalizatórias necessárias, mediante pagamento de propina.

Gustavo Freire se nega a comentar as denúncias. Já o prefeito Alcides Bernal (PP) defende a manutenção do secretário nos cargos.

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