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Política

Ex-dirigentes dizem que PROS vendeu tempo de TV para chapa de Delcídio

Leonardo Rocha | 30/04/2017 09:21
Denúncia de ex-dirigentes atinge a campanha do ex-senador Delcídio do Amaral (Foto: Geraldo Magela /Agência Senado)
Denúncia de ex-dirigentes atinge a campanha do ex-senador Delcídio do Amaral (Foto: Geraldo Magela /Agência Senado)

 Ex-dirigentes nacionais do PROS (Partido Republicano da Ordem Social) disseram que o partido vendeu o tempo de TV e rádio, para a campanha do ex-senador Delcídio do Amaral (PT), ao governo estadual, em 2014 e que o pagamento foi no valor de R$ 2 milhões.

De acordo com a reportagem da TV Globo, os dirigentes confirmaram que o partido nasceu "sendo de aluguel" e que esta venda de tempo e TV ocorreu a várias campanhas estaduais, e também para chapa de reeleição da então presidente Dilma Rousseff (PT) e de Michel Temer (PMDB), no valor de R$ 7 milhões.

Estas informações tiveram início com a delação premiada feita pelo ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar, que afirmou ao MPF (Ministério Público Federal), que o PT montou um esquema de compra de tempo de rádio e TV de cinco partidos, que fizeram parte da coligação de Dilma e Temer: PROS, PCdoB, PRB, PDT e PP.

Fundadores do partido admitiram a Revista Veja, que houve este repasse de recursos do PT, por meio da Odebrech, inclusive com a entrega de pacote dinheiro contendo o valor de R$ 500 mil, que se tratava de uma parte do pagamento pelo tempo de TV. O ex-deputado federal do PROS, Salvador Zimbaldi, disse que pegou o montante e repassou a funcionário da legenda.]

Foi o ex-presidente de honra do PROS, Henrique Pinto, em entrevista a reportagem da TV Globo, que disse que o partido recebeu R$ 2 milhões para fazer parte da coligação de Delcídio e de outros candidatos, como Paulo Skaf (PMDB), em São Paulo, Marconi Perillo (PSDB) em Goiás e Anthony Garotinho (PR), no Rio de Janeiro.

Henrique ainda revelou que o presidente nacional do PROS, Eurípedes Junior, teria pedido R$ 10 milhões para cada candidato nos estados, no entanto acabou fechando por R$ 2 milhões.

Para reportagem, o ex-senador Delcídio do Amaral (PT) negou as acusações e disse que o PROS compôs a chapa majoritária, conforme os demonstrativos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e que o mesmo ocorreu com os demais partidos que compuseram sua coligação, em Mato Grosso do Sul.

O PROS Nacional negou em nota, todas as acusações feitas pelos ex-dirigentes e ainda salientou que todas as doações de campanha foram prestadas à Justiça Eleitoral. Eurípedes Junior também negou com "veemência" as acusações feitas. Tanto a direção nacional do PT, como o presidente Michel Temer (PMDB) não quiseram comentar as denúncias.

Em contato com a atual direção estadual do PROS, em Mato Grosso do Sul, o presidente municipal da legenda, Abraão Malulei Neto, informou que desconhece as atividades do partido na campanha de 2014, já que a nova direção assumiu a legenda em 2015.

O ex-presidente estadual do PROS, Mário Márcio Borges, que dirigia o partido em 2014, também diz desconhecer este fato. "O que posso dizer é que aqui no Estado não houve qualquer tipo venda de tempo de televisão e rádio".

O Campo Grande News entrou em contato com Delcídio do Amaral, mas ele não atendeu as nossas ligações.

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