Favoráveis a Dilma lamentam derrota, mas dizem que mobilização continua
Cerca de 80 manifestantes contrários a deposição da presidente, Dilma Rousseff (PT), continuam na Praça Ary Coelho, acompanhando a votação do processo de impeachment, que acontece na Câmara dos Deputados. Integrantes de movimentos sociais dizem que vão prosseguir com a mobilização para evitar a destituição da presidente, apesar da derrota de hoje.
Os participantes assistem a votação de forma discreta, já sabendo que, dificilmente o governo sai vencedor no processo.
Segundo o tenente Ribeiro, da Polícia Militar, durante todo o dia não foi registrada nenhuma ocorrência no local. O ato, começou na noite deste sábado (16), com 250 pessoas ouvindo discursos políticos e assistindo apresentações musicais.
O microempresário Elton Luciano acredita que a Câmara dos Deputados vai votar pela admissibilidade do processo de impeachment, mas disse que a mobilização vai continuar. "Vamos continuar a mobilização, vamos nos reunir com as frentes de luta para ver qual será a mobilização, já que o processo vai para o Senado", informou.
Luciano não concorda com o resultado, e diz que o que será decidido hoje é um erro. "Estão acusando a Dilma de um crime que ela não cometeu. Não há qualquer base jurídica", reclamou.
A doutora em educação, Maria de Lourdes Silva, também participa do ato, e disse que, com esse resultado, ela não "gostaria de estar entre os vencedores". "Esse é um resultado indigno e injusto e é uma prova que o país continua colonizado e a escravização vai continuar", lamentou.
Silva destacou ainda que, como católica cristã, sente vergonha pela sessão na Câmara Federal deste domingo, pois a maioria dos deputados "colocavam Deus no meio de toda essa canalhice".