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Política

Fim de clubes de tiro aumenta insegurança, diz bancada da "bala"

Assunto teve repercussão após presidente Lula comentar a possibilidade de fechar clubes de tiro no Brasil

Izabela Cavalcanti | 26/07/2023 11:42
Homem em clube de tiro de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Homem em clube de tiro de Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

A possibilidade de fechar os clubes de tiros no Brasil não agradou os deputados da bancada da “bala” de Mato Grosso do Sul. No Estado, são pelo menos 16 clubes filiados a alguma entidade.

Conforme a Federação de Tiro de Mato Grosso do Sul, são 13 clubes de tiros filiados. Clique aqui para conferir a lista. Já um mapa divulgado pela Associação Nacional Movimento Pró-Armas indica três filiados, no Estado.

Na terça-feira (25), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que pretende fechar “quase todos” os clubes de tiros do Brasil, mantendo aberto somente aqueles de responsabilidade das polícias Militar e Civil.

O deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) acredita que com o novo cenário a população não vai conseguir se defender.

“Com armas sob poder exclusivo do Estado, a sociedade fica vulnerável à tirania que a esquerda está implementando. Os bandidos vão fazer a festa armados, enquanto o cidadão não pode se defender”, destacou.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, o deputado estadual João Henrique Catan (PL) também questiona a segurança. “O Lula está errando a mira e dando um tiro no esporte, que deu a primeira medalha olímpica de ouro para o Brasil, está dando um tiro na história, está dando um tiro na segurança das pessoas, na capacitação, no treinamento, está dando um tiro no Exército brasileiro, nos militares”, pontuou.

Para a deputado federal Marcos Pollon (PL), a atividade gera renda e a pretensão de fechamento é um equívoco.

“Faz perseguição de um nicho que obedece a lei e que contrata, gera renda, paga imposto. Algo completamente desprovido de qualquer referência técnica, afinal, durante esse período, onde houve a maior venda de arma de fogo, os índices de homicídios despencaram. Não a nada tecnicamente que justifique esse absurdo”, disparou.

Ele lembra ainda que o esporte gerou a primeira medalha olímpica do Brasil. “Medidas como essa, de se extinguir uma prática que existe há mais de 100 anos no Brasil, nada mais é do que levar para o governo seu propósito de se vingar da população brasileira cumpridora das leis”, completou.

Entenda – O presidente Lula falou sobre o assunto em pronunciamento recente.

“Tem meia dúzia de pessoas que querem [abrir clubes de tiro], não vamos abrir. Eu, sinceramente, não acho que o empresário que tem um lugar de praticar tiro é um empresário. E já disse para o Flávio Dino, nós temos que fechar quase todos, só deixar aberto aqueles que são da Polícia Militar e do Exército ou da Polícia Civil. É organização policial que tem que ter lugar para atirar, para treinar tiro, não é a sociedade brasileira, nós não estamos preparando uma revolução”, disse Lula no programa “Conversa com o Presidente”, transmitido pelo Canal Gov.

Antes desse pronunciamento, no dia 21 de julho, o Governo Federal assinou um conjunto de medidas para o PAS (Programa de Ação na Segurança). Entre os atos assinados existe um decreto que visa o controle responsável das armas.

No caso dos CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores), está previsto redução no número de armas e munições.

O PAS vai atingir diretamente os proprietários de um arsenal de 24,6 mil armas registradas no Estado, conforme os dados de 2022 levantados pelo Sinarm (Sistema Nacional de Armas) da Polícia Federal.

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