Fora do páreo, Simone prevê eleição “dura” e em 2 turnos para o comando da Casa
Senadora de MS articula candidaturas de oposição ao candidato do MDB ao comando do Congresso
Menos de um dia depois de se ver fora da corrida pela presidência do Senado, e reiterando não apoiar o nome defendido por seu partido, o alagoano Renan Calheiros, a senadora Simone Tebet (MDB) confirmou atuar em favor de uma frente anti-Renan na Casa, prestando suporte aos outros seis concorrentes ao comando da Mesa Diretora em uma estratégia que pode forçar um segundo turno na votação.
Simone afirma que o parlamento precisa de um comando sintonizado com as ruas e em condições de negociar com o Executivo deixando de lado interesses pessoais.
Na noite de quinta-feira (31), Simone teve 5 votos de colegas para disputar o Senado, contra 7 de Renan –Jarbas Vasconcelos (PE) não participou da votação–, perdendo a indicação do MDB. Apesar disso, ela manteve a posição anterior à votação de não apoiar Renan, por não ver no colega de plenário alguém em condições de “pacificar” o Congresso.
Até a publicação desta matéria, oficializaram suas candidaturas os senadores Fernando Collor (Pros-AL), Reguffe (sem partido-DF), Alvaro Dias (Podemos-PR), Major Olimpo (PSL-SP) e Angelo Coronel (PSD-BA). Renan e Davi Alcolumbre (DEM-AP) devem colocar suas candidaturas até às 17h (de MS).
Simone poderia lançar uma candidatura avulsa, porém, como havia antecipado ao Campo Grande News, considerou que o projeto “poderia atrapalhar a estratégia e dividir ainda mais os votos (de um candidato viável para derrotar Renan). Então, entrei na campanha anti-Renan. Nós estamos todos nos unindo para poder garantir num segundo turno alguém com condições de vencer as eleições”, afirmou, crente de que a votação será estendida.
Para se eleger, o candidato deve alcançar o mínimo de 41 dos 81 votos (ou seja, maioria absoluta). Do contrário, a votação vai para o segundo turno com os dois concorrente melhor votados.
Voto aberto – Para a senadora, a eleição será “dura” e, embora Alcolumbre possa ser candidato, não teria dificuldades em presidir a sessão e permitir questionamentos sobre o voto fechado –um dos embates na eleição, já que há uma forte movimentação para manter essa “tradição”.
Para a senadora, caso um aliado de Renan presida a sessão, o voto deverá ser fechado –José Maranhão (MDB-MA), poderá comandar os trabalhos.
“Será um embate muito duro. Primeiro, quem é que preside? Segundo, se eles vão aceitar ou não discutir a questão do voto aberto ou fechado?”, opinou. Simone considera que Renan, atingido por novas denúncias de discussão com representantes da J&F (controladora do JBS) sobre indicações de cargos, e um histórico de denúncias, deixa o candidato fragilizado –uma prova seria justamente a insistência de não dar transparência à votação.
Simone também disse que abriu mão da liderança do MDB, assumida por Eduardo Braga (AM) no Senado, para “ter liberdade nesses próximos quatro anos e ajudar o Brasil”.