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Política

Fora do páreo, Simone prevê eleição “dura” e em 2 turnos para o comando da Casa

Senadora de MS articula candidaturas de oposição ao candidato do MDB ao comando do Congresso

Humberto Marques | 01/02/2019 16:56
Simone (à esquerda) optou por não lançar candidatura avulsa para não prejudicar outros nomes da frente anti-Renan (Foto: Roberto Castello/Assessoria)
Simone (à esquerda) optou por não lançar candidatura avulsa para não prejudicar outros nomes da frente anti-Renan (Foto: Roberto Castello/Assessoria)

Menos de um dia depois de se ver fora da corrida pela presidência do Senado, e reiterando não apoiar o nome defendido por seu partido, o alagoano Renan Calheiros, a senadora Simone Tebet (MDB) confirmou atuar em favor de uma frente anti-Renan na Casa, prestando suporte aos outros seis concorrentes ao comando da Mesa Diretora em uma estratégia que pode forçar um segundo turno na votação.

Simone afirma que o parlamento precisa de um comando sintonizado com as ruas e em condições de negociar com o Executivo deixando de lado interesses pessoais.

Na noite de quinta-feira (31), Simone teve 5 votos de colegas para disputar o Senado, contra 7 de Renan –Jarbas Vasconcelos (PE) não participou da votação–, perdendo a indicação do MDB. Apesar disso, ela manteve a posição anterior à votação de não apoiar Renan, por não ver no colega de plenário alguém em condições de “pacificar” o Congresso.

Até a publicação desta matéria, oficializaram suas candidaturas os senadores Fernando Collor (Pros-AL), Reguffe (sem partido-DF), Alvaro Dias (Podemos-PR), Major Olimpo (PSL-SP) e Angelo Coronel (PSD-BA). Renan e Davi Alcolumbre (DEM-AP) devem colocar suas candidaturas até às 17h (de MS).

Simone poderia lançar uma candidatura avulsa, porém, como havia antecipado ao Campo Grande News, considerou que o projeto “poderia atrapalhar a estratégia e dividir ainda mais os votos (de um candidato viável para derrotar Renan). Então, entrei na campanha anti-Renan. Nós estamos todos nos unindo para poder garantir num segundo turno alguém com condições de vencer as eleições”, afirmou, crente de que a votação será estendida.

Para se eleger, o candidato deve alcançar o mínimo de 41 dos 81 votos (ou seja, maioria absoluta). Do contrário, a votação vai para o segundo turno com os dois concorrente melhor votados.

Voto aberto – Para a senadora, a eleição será “dura” e, embora Alcolumbre possa ser candidato, não teria dificuldades em presidir a sessão e permitir questionamentos sobre o voto fechado –um dos embates na eleição, já que há uma forte movimentação para manter essa “tradição”.

Para a senadora, caso um aliado de Renan presida a sessão, o voto deverá ser fechado –José Maranhão (MDB-MA), poderá comandar os trabalhos.

“Será um embate muito duro. Primeiro, quem é que preside? Segundo, se eles vão aceitar ou não discutir a questão do voto aberto ou fechado?”, opinou. Simone considera que Renan, atingido por novas denúncias de discussão com representantes da J&F (controladora do JBS) sobre indicações de cargos, e um histórico de denúncias, deixa o candidato fragilizado –uma prova seria justamente a insistência de não dar transparência à votação.

Simone também disse que abriu mão da liderança do MDB, assumida por Eduardo Braga (AM) no Senado, para “ter liberdade nesses próximos quatro anos e ajudar o Brasil”.

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