Gaeco aponta que vazamento atrasou Coffee Break em 20 dias e quer punição
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) aponta que o vazamento dos pedidos de prisões e afastamentos da operação Coffee Break atrasou os trabalhos em 20 dias e cobra investigação do caso.
“O Ministério Público Estadual tem que abrir investigação para saber quem teve acesso e repassou as informações. Tem que ser punido. Por conta do vazamento, tivemos que mudar todo o planejamento da investigação, gerou atraso de 20 dias”, afirma o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira.
Segundo ele, as prisões foram pedidas há mais de 15 dias e, na última sexta-feira, mesmo antes da decisão, as defesas dos acusados estavam levantando documentos para comprovar inocência. A situação foi destacada pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva, que deferiu ontem as prisões temporárias do prefeito afastado de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), e do empresário João Amorim.
“Não se justificar segredo de Justiça, posto que os fatos foram levados ao conhecimento público, inclusive antes do meu, pois antes mesmo de ter aberto o envelope lacrado, contendo o presente pedido, já havia apresentado petição rogando pelo indeferimento”, destacou o magistrado.
Para o desembargador, o vazamento partiu do próprio MPE. Desta forma, Bonassini optou por usar a equipe da PM (Polícia Militar) do tribunal para cumprir as decisões. Contudo, Olarte e Amorim não foram localizados e estão foragidos.
De acordo com Marcos Alex, assim que receber os mandados, o Gaeco fará diligências para localizá-los. Caso não se apresentem, o promotor vai solicitar a prisão preventiva de Olarte e do empresário. “Os pedidos de prisão e afastamento eram necessários para o andamento das investigações. Os investigados poderiam manipular as testemunhas”, diz o promotor.
A Justiça negou o afastamento de 17 dos 29 vereadores de Campo Grande. A Coffee Break apura compra de votos para a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP) em março de 2014.