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Política

Imparcialidade de CPI é questionada após publicação em rede social

Em publicação no Facebook, vereadores agradecem a Uber após participarem de festa da empresa na Capital

Richelieu de Carlo | 10/07/2017 11:31
Vereador presidente da CPI do Táxi, Vinicius Siqueira fala durante sessão nesta manhã. (Foto: Izaías Medeiros)
Vereador presidente da CPI do Táxi, Vinicius Siqueira fala durante sessão nesta manhã. (Foto: Izaías Medeiros)

Uma postagem no Facebook em que aparecem vereadores integrantes da CPI do Táxi, aberta pela Câmara Municipal, ao lado de uma representante da Uber durante uma festa da empresa, fez com que a primeira pessoa a depor questionasse a imparcialidade das investigações.

Na foto publicada, aparecem o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Vinícius Siqueira (DEM), e o vereador Júnior Longo (PSDB), que também integra o grupo, ao lado da representante de políticas públicas da Uber, Mariana Polidorio.

Primeira pessoa a prestar depoimento na CPI, Elton Pereira de Matos leu o texto publicado na rede social e disse que a presidência da comissão é “suspeita” por agradecer e dizer que “lutou” pela empresa concorrente dos táxis.

“Recebemos o agradecimento da Uber por termos lutado pela liberação dos aplicativos em Campo Grande. Obrigado Uber. Linda a festa! Mais de 700 pessoas. Na foto um dos maiores parceiros nessa batalha: o vereador Junior Longo e Mariana Polidorio (representante de políticas públicas da UBER)”, relata Vinícius Siqueira na publicação.

Originalmente, a postagem foi feita no sábado (8), um dia após a festa realizada em Campo Grande. No entanto, foi apagada, sendo republicada nesta segunda-feira (10), após o depoimento de Elton Pereira de Matos.

Vinícius Siqueira, Mariana Polidoro e Junior Longo durante festa da Uber. (Foto: Repordução/Facebook)
Vinícius Siqueira, Mariana Polidoro e Junior Longo durante festa da Uber. (Foto: Repordução/Facebook)

Elton alegou ter lido o relato apenas para que constasse na ata da sessão. “Não preciso dizer mais nada”, disse ao fim da leitura da publicação.

Durante suas declarações, Elton falou sobre os impactos dos aplicativos de ‘caronas pagas’ no setor taxista. “Com os aplicativos, o táxi não vale mais nada. Hoje o táxi em Campo Grande acabou”, disparou.

Defesas – Júnior Longo se defendeu dizendo que não foi o autor da publicação e que, como presidente da Comissão de Transporte da Câmara, já se reuniu com taxistas, auxiliares, mototaxistas, além dos motoristas de aplicativos.

“Estamos aqui para legislar, não temos nada a temer. A publicação mostra a lisura do nosso trabalho”, afirmou Longo.

Autor da postagem, Vinicius Siqueira declarou que não luta pela Uber, mas sim pelo livre comércio e concorrência. “Também defendi melhores condições para o táxi, com preços menores e melhor qualidade para o serviço”.

Investigações – Nesta segunda-feira, estavam previstos para ocorrerem os primeiros quatro depoimentos de donos de alvará de táxi. Elton Pereira de Matos foi o único a comparecer.

Elton representou seu pai, Moacir Joaquim de Matos, que morreu no dia 31 de outubro do ano passado, com 27 alvarás em seu nome. E também representou a mãe, Francisca Pereira dos Santos, tem 15 licenças, que não pode ir devido a um problema na perna.

Os outros dois depoentes previstos para hoje, Orocídio de Araújo e sua esposa Maria Helena Juliace de Araújo estão viajando e não compareceram para prestar esclarecimentos.

A CPI que apura irregularidades na concessão de alvarás para taxistas, terá mais depoimentos na próxima quarta-feira (12).

Foram convocados ainda os donos de frotas cujas empresas operam nos mesmos endereços, como é o caso de Marco Aurélio Ferreira e Maria de Lourdes Dantas Ferreira, e Nelson Kohatsu e Vanilde Roberti.

Também foram chamados: Maria Helena Martins Panissa Startari, Antônio Oliveira dos Santos, Márcia Oshiro e Cleoneve Flávio da Silva.

Elton Pereira de Matos durante depoimento à CPI. (Foto: André Bittar)
Elton Pereira de Matos durante depoimento à CPI. (Foto: André Bittar)
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