Intervenção nacional troca comando e racha PDT em MS
Parte da militância teme que partido feche apoio a Marquinhos Trad
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Depois do PDT nacional destituir comissão provisória formada para tocar o partido em Mato Grosso do Sul após a saída do deputado federal Dagoberto Nogueira, a sigla está sob nova direção. A intervenção, porém, deixou parte da militância em polvorosa nesta quarta-feira (20). É que a presença de nomes ligados ao ex-prefeito e pré-candidato ao Governo, Marquinhos Trad (PSD), no comando da legenda não agradou alguns pedetistas.
Conforme registrado no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral), até 19 de outubro deste ano – as eleições acontecem no dia 2/10 –, estará à frente do PDT no Estado, o tesoureiro nacional do partido, Marcelo Panella. A diretoria, agora, tem como membros, o advogado José Belga Trad, que é primo de Marquinhos, e da secretária municipal de Educação, Alelis Izabel de Oliveira Gomes.
O temor é que o partido feche apoio ao ex-prefeito. “É um momento muito complicado. A saída do partido foi só do deputado Dagoberto, mais ninguém. Não houve debandada para o PSDB. Nós temos um diretório extremamente ativo, estávamos com a campanha para o Ciro Gomes [à Presidência] organizada, aí vem essa intervenção. A gente não vai aceitar não”, afirma Kelly Costa, que é presidente da executiva do PDT em Campo Grande e representa uma ala da militância pedetista.
O problema, segundo Kelly, é a “dupla mensagem” que o apoio a Marquinhos pode passar, uma vez que o ex-prefeito declarou estar com Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, assim como o juiz federal aposentado, Odilon de Oliveira, que à época era candidato ao Governo pelo PDT e nestas eleições, sairá para o Senado pelo PSD.
“A gente vai resistir porque sabemos que o Odilon está na chapa do Marquinhos. Odilon que traiu o PDT e fez campanha pro Bolsonaro? Marquinhos que fez campanha pro Bolsonaro? Sou militante de esquerda e não existe nenhum passo na minha história para a direita. Nós vamos esperar a reunião com ele [Marcelo Panella], de terça para quarta da semana que vem, mas vamos resistir, não vamos aceitar isso de forma pacífica. Não dá pra gente ser golpeado pelo presidente”, ponderou Kelly.
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José Belga Trad afirma que não há nada resolvido. “Não há conversa sobre isso, o partido precisa se reorganizar depois que a nacional decidiu fazer a intervenção. Só depois, vamos discutir os apoios aqui”.
Ele também descarta a possibilidade do PDT se inclinar favoravelmente a Bolsonaro. “O PDT tem candidato a Presidência, que é o Ciro Gomes. Não terá qualquer condição do partido apoiar o candidato Jair Bolsonaro”.
Comissão provisória - A intervenção nacional ocorreu após o deputado federal Dagoberto Nogueira trocar o PDT, depois de 3 décadas, pelo PSDB para disputar a reeleição.
O decano João Leite Schmidt assumiu, então, a presidência estadual e a vice-presidência ficou com o ex-deputado estadual, Antônio Carlos Biffi, ambos afastados desde ontem, conforme registro no TRE-MS. Novas eleições internas aconteceriam em junho.