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Política

Investigados na operação Coffee Break tinham grupo no WhatsApp

Aline dos Santos | 14/10/2015 11:22
Diretor do Instituto de Criminalística (à esquerda) entregou celulares a promotor hoje.   (Foto: Fernando Antunes)
Diretor do Instituto de Criminalística (à esquerda) entregou celulares a promotor hoje. (Foto: Fernando Antunes)

A maioria dos investigados na operação Coffee Break - que investiga compra de votos de vereadores para cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em março de 2014 - estava em um mesmo grupo de conversa do aplicativo WhatsApp.

De acordo com o promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), Marcos Alex Vera de Oliveira, quase a totalidade das 17 pessoas que tiveram o celular apreendido estava no grupo, como vereadores e o prefeito afastado Gilmar Olarte. O grupo ainda era composto pela esposa de Olarte e funcionários da prefeitura e Câmara Municipal.

Nesta quarta-feira, o IC (Instituto de Criminalística) entregou ao promotor os 17 aparelhos apreendidos e dispositivos eletrônicos com arquivos de áudio, vídeo, mensagens, além das ligações. Cada aparelho tem um resumo de dez páginas, mas se todos arquivos fossem impressos resultariam em R$ 400 mil páginas.

A relação entre os investigados, por meio dos contatos mantidos por celulares, será apurada durante a análise dos dados, inclusive se houver menção a valores para a suspeita de compra de voto.

“Na verdade, pelo que pudemos perceber existem algumas conversas e trocas de mensagens pertinentes às investigação. Agora, a pericia conseguiu recuperar dados que foram apagados. A expectativa é muito positiva, foi um trabalho árduo. Não houve tempo para analisar nesse grau de detalhamento”, afirma.

Diante da quantidade de informações, serão utilizados filtros como palavas chaves e datas. “Não esperava tanto, mas tem uma linha de investigação, datas em específico”, afirma o promotor. Inicialmente, a previsão era de que a análise fosse concluída até o fim de outubro. Agora, a avaliação deve terminar em novembro.

No Gaeco, uma equipe de quatro pessoas vão se revezar. Cada pessoa será responsável por dois investigados, sucessivamente.”Vamos fazer com toda a calma sem correr o risco de perder nada, passar um filtro completo”, diz Marcos Alex.

No dia 25 de agosto, na primeira etapa da operação, foram apreendidos os celulares de Olarte; dos empresários João Amorim (Proteco), João Baird (Itel Informática) e Fábio Portela Machinski; dos vereadores Mario Cesar (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Airton Saraiva (DEM), Waldecy Batista Nunes, o Chocolate (PP), Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), Edson Shimabukuro (PTB), Paulo Siufi (PMDB), Eduardo Romero, Flavio Cesar e Otávio Trad, do PTdoB, Gilmar da Cruz (PRB), Jamal Mohamed Salem; e do ex-vereador Alceu Bueno.

Tecnologia – Denominado UFED (dispositivo universal de extração forense), o aparelho de tecnologia israelense custou R$ 51 mil e foi repassado pela Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) para o Instituto de Criminalística há 60 dias.

De acordo com o diretor do instituto, Eduardo Carvalho, o diferencial do dispositivo permite recuperar dados do aplicativo WhatsApp. O trabalho teve um mês de duração e foi realizado por quatro peritos especialistas em informática e computação.

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