Equipamento usado pelo FBI ajudou a "desvendar" mensagens de celulares
A perícia nos 17 celulares apreendidos durante a Operação Coffe Break vai permitir que o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) esclareça pontos divergentes nos dados até agora levantados nos depoimentos colhidos. É que o equipamento utilizado pelo IC (Instituto de Criminalística), de fabricação israelense, é um dos mais modernos e foi usado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que desvendou o esquema de corrupção na Petrobras e que levou políticos e empresários para a cadeia. Também é utilizado por organizações policiais de vários países, entre eles o FBI e a CIA.
Os laudos das perícias serão entregues pelo diretor do IC, Eduardo Carvalho, na manhã desta quarta-feira ao coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira. Essa é a primeira vez que o IC utiliza o equipamento em uma Operação. Por isso, segundo Eduardo Carvalho, foi criado uma Força Tarefa com quatro peritos, que concluíram os trabalhos em menos de um mês. Em Mato Grosso do Sul existem dois desses equipamentos fornecidos pela Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública). A outra atende a região de Dourados.
O material a ser entregue ao Gaeco está armazenado em pen-drive, DVD e HD. E para cada alvo foi elaborado um relatório, com cerca de 10 páginas impressas cada. Os relatórios servirão como guias para as análises dos dados pelos técnicos do Gaeco. Nem mesmo os aparelhos criptografados ou piratas escapam do sistema de extração dos dados dessa máquina. Segundo Eduardo Carvalho, os peritos conseguiram recuperar praticamente todos as informações deletadas e até mesmo que estavam na “nuvem” dos aparelhos apreendidos.
Foram tantos dados recuperados, que elas ocupam cerca de 400 mil páginas. Por isso decidiu-se por entregar os laudos das perícias em mídias. Com o que vai receber nesta quarta-feira, o Gaeco poderá cruzar dados por temas ou palavras-chave, das mensagens trocadas pelos donos desses celulares. Também será possível identificar de onde partiu a chamada ou a mensagem e onde estava o receptor no momento da comunicação. Uma informação importante para confrontar com o que disseram algumas pessoas que prestaram depoimento ao Gaeco, negando que tivessem participado de reuniões em determinado local, contrariando o que havia sido dito por outro depoente.