Justiça acata denúncia e Paulo Bernardo vira réu em ação sobre fraudes
A Justiça Federal tornou nesta quarta-feira (4) o ex-ministro do Planejamento e ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso do Sul, Paulo Bernardo, réu ao lado de outros 12 investigados pela Operação Custo Brasil, que apura recebimento de recursos de um esquema de fraudes nos contratos para gestão de empréstimos consignados.
Bernardo, que fez parte do secretariado de Zeca do PT, vai responder por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal, que correrá na 6ª Vara Federal Criminal em São Paulo, com o juiz Paulo Bueno de Azevedo. A denúncia contra o o ex-ministro foi realizada pelo MPF (Ministério Público Federal).
A investigações apuraram que, enquanto ministro do Planejamento - entre 2009 e 2015 -, Bernardo operou o esquema que consistia no desvio do dinheiro, arrecadado com taxas de operação dos consignados, para empresas de fachadas.
O montante, segundo as investigações, chegava a 70% da arrecadação feita pela Consist Software, que cobrava R$ 1 por operação. Entre os beneficiários, estava o ex-ministro Paulo Bernardo, que é marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
"O recebimento da denúncia não implica o reconhecimento de culpa de qualquer dos acusados. Existe apenas o reconhecimento de que existem indícios suficientes e justa causa para a instauração da ação penal, propiciando-se a realização do devido processo legal, e, por conseguinte, o exercício da ampla defesa", explica o juiz na decisão.
Prisão - Paulo Bernardo foi detido em junho durante a Operação Custo Brasil, entretanto a prisão foi revogada na sexta-feira passada (29) pelo ministro do STF (Superior Tribunal Federal), Dias Toffoli - situação que gerou reclamações da Procuradoria Geral da República.