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Política

Justiça barra manobra e mantém julgamento de Olarte para amanhã

Ele é réu na operação Adna, que investigou o “golpe do cheque em branco”

Aline dos Santos | 23/05/2017 08:34
Encontro marcado: Bonassini (ao fundo) negou pedido da defesa de Olarte. (Foto: Marcos Ermínio)
Encontro marcado: Bonassini (ao fundo) negou pedido da defesa de Olarte. (Foto: Marcos Ermínio)

Apontando manobras descabidas da defesa, a Justiça negou adiamento e manteve para amanhã o julgamento do ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte. Ele é réu na operação Adna, que investigou o “golpe do cheque em branco”.

Na última sexta-feira (dia 19), os advogados Rene Siufi e Honório Suguita, que atuam na defesa de Olarte, pediram que o julgamento fosse remarcado por ter uma audiência agendada anteriormente na mesma data. No outro caso, um processo sobre furto de gado, que tramita na 2ª Vara Criminal, os advogados são assistentes de acusação com o Ministério Público e também atuam com outros colegas.

“Sendo assim, a ausência de um dos requerentes àquela audiência não acarretará qualquer prejuízo às vítimas naqueles autos, já que além daquele que venha a participar do julgamento perante o Tribunal de Justiça, sobejarão outros 03 (três) advogados com plena capacidade de garantir ótima assistência à acusação que, além do mais, conta com a indispensável atuação do Ministério Público”, afirma, na decisão, o desembargador do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Luiz Claudio Bonassini da Silva.

Ainda de acordo com Bonassini, o processo contra o ex-prefeito tem um réu preso há sete meses, o que exige mais celeridade. A fase da instrução processual terminou há quase um ano e meio. Segundo o desembargador, a demora é porque “a defesa dos acusados vem lançando mão de inúmeros incidentes absolutamente descabidos que, mesmo assim, precisam ser analisados, demandando muito tempo”, salienta.

Na ação, que será julgada na Seção Especial Criminal, o pastor Gilmar Olarte responde pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de pegar folhas de cheque “emprestadas” de fiéis da igreja Assembleia de Deus, antiga Nova Aliança e trocar por dinheiro com agiotas.

Os recursos, que chegaram a somar prejuízo de R$ 800 mil para as vítimas, foram arrecadados para quitar dívidas da campanha eleitoral de 2012, quando o pastor foi candidato a vice-prefeito na chapa de Alcides Bernal (PP).

A Operação Adna foi realizada em 2014 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). O nome é alusivo à congregação fundada por Olarte: Assembleia de Deus Nova Aliança. Os réus são Olarte, Ronan Edson Feitosa de Lima (que está preso) e Luiz Márcio dos Santos Feliciano.

O juiz - Ao abrir mão da condição de prefeito afastado de Campo Grande, que lhe proporcionava foro privilegiado, Olarte buscava que os processos descessem do TJ para a primeira instância da Justiça.

Mas no caso da Adna, o desembargador Luiz Cláudio Bonassini da Silva afirmou que a fase de instrução do feito encontrava-se encerrada e a manteve no tribunal. Bonassini autorizou em 2015, durante a operação Coffee Break, o afastamento de Olarte da prefeitura.

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