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Política

Justiça só encontra R$ 4 mil em contas de Bumlai; uma delas tinha R$ 0,01

Priscilla Peres | 20/12/2015 14:45
Bumlai está preso desde o dia 24 de novembro. (Foto: Agência Brasil)
Bumlai está preso desde o dia 24 de novembro. (Foto: Agência Brasil)

A Justiça mandou sequestrar R$ 53,5 milhões das contas do pecuarista sul-mato-grossense José Carlos Bumlai, relativo a empréstimo indevido contraído por ele para beneficiar o PT (Partido dos Trabalhadores). Porém, em três contas só foram encontrados menos de R$ 4,5 mil e em uma delas havia apenas R$ 0,01.

Segundo reportagem do Estadão publicada hoje, o pedido de sequestro foi feito pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. O montante de mais de R$ 53 milhões corresponde ao valor atualizado e com juros dos R$ 12,1 milhões contraído em empréstimo fraudulento.

A Justiça buscou em três contas do pecuarista e somando tudo encontrou R$ 4.427,54, sendo R$ 0,01 em uma, R$ 1.876,54 em outra e R$ 2.550,99 na terceira. Para o juiz o resultado do sequestro é "pífio".
O empréstimo junto ao Banco Schahin em outubro de 2014, teria como destinatário final o PT, segundo Bumlai. Ele está preso preventivamente desde o dia 24 de novembro, acusado de corrupção e gestão fraudulenta.

"O empréstimo fraudulento de 14 de outubro de 2004, de R$ 12.176.850,80, depois quitado com o direcionamento indevido de contrato pela Petrobras à Schahin, atingiria, com correção monetária e juros, cerca de R$ 53.540.145,86, conforme cálculos efetuados pelo Ministério Público Federal", afirmou Moro ao jornal Estadão.

Amigo do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), Bumlai e outras 10 pessoas investigadas foram denunciadas criminalmente pelo Ministério Público Federal por corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta, na semana passada.

De acordo com o Estadão, eles são suspeitos de envolvimento em um esquema de propinas na contratação sem licitação da Schahin Engenharia, em 2009, como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, negócio que teria sido fechado como "compensação" pelo empréstimo de R$ 12 milhões.

Para o juiz Moro, "o resultado pífio do bloqueio da conta do acusado, de suas empresas e de associados sugere ação ordenada para esvaziar as contas e frustrar a pretensão de recuperação do produto do crime".

Defesa - O suposto esvaziamento das contas de Bumlai foi visto por Moro como um "risco à aplicação da lei penal" e um dos motivos para manter a prisão preventiva do pecuarista. Na quinta-feira, o pedido de revogação de prisão feito pela defesa de Bumlai foi indeferido pelo juiz.

Os advogados de Bumlai pediram o fim da prisão alegando a confissão do pecuarista - em depoimento à Polícia Federal, o amigo de Lula disse que o PT usava "laranjas" para tomar empréstimos do Banco Schahin e que o partido tinha nas mãos a "estrutura" da Petrobras.

Ele admitiu que os R$ 12 milhões que tomou no banco, em 2004, foram destinados ao PT. Bumlai apontou os nomes de dois ex-tesoureiros do partido, Delúbio Soares e João Vaccari Neto, supostamente envolvidos no negócio.
"Louvável a atitude do acusado em admitir os fatos, mesmo quando já havia um conjunto de prova, em cognição sumária, bastante significativo do caráter fraudulento das operações", afirmou Moro. "Se houver condenação na ação penal, implicará em benefícios de diminuição de pena para o acusado."

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