Maioria da bancada de MS está indecisa sobre denúncia contra Temer
Deputados terão que decidir se aceitam a denúncia contra o presidente, para investigar seguir ao STF
A maioria a bancada federal de Mato Grosso do Sul está indecisa sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB). Quatro deputados disseram que vão avaliar melhor toda documentação, enquanto que três são favoráveis a investigação e apenas um - Carlos Marun (PMDB) - já se manifestou contra.
Entre os indecisos está os tucanos Geraldo Resende (PSDB) e Elizeu Dionizio (PSDB), além de Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Tereza Cristina (PSB). "Temos que avaliar se a denúncia tem materialidade e consistência, farei uma avaliação, antes de definir o voto", ressaltou o democrata.
Já Geraldo Resende ressaltou que vai esperar a posição oficial do partido. "O que for decidido dentro da legenda, vou seguir e votar em conjunto". Elizeu Dionizio ponderou que ainda vai fazer uma avaliação melhor sobre a denúncia, já Tereza vai ler todo relatório, para depois se pronunciar.
Integrantes da oposição, Zeca do PT, Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT) já se colocaram favoráveis a aceitação da denúncia e investigação sobre Michel Temer (PMDB). "Já existem elementos mais do que suficientes para se prosseguir a investigação, a ex-presidente Dilma (Rousseff) caiu por muito menos", avaliou o pedetista.
Zeca ponderou que nesta investigação deve se esperar a apresentação de provas, mas que toda bancada do PT vai votar por prossguir a investigação. Vander também se manifestou por este mesmo caminho, na Câmara dos Deputados.
Contra - Aliado do presidente, Carlos Marun (PMDB), disse que a denúncia feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República) se trata de algo "pirotécnico", sem provas, e que já causou males ao País, como o adiamento da reforma da previdência.
Marun ainda criticou a intenção da PGR de "fatiar a denúncia", com o objetivo segundo ele, de "prolongar a crise, desgastar o governo e depor o presidente".
Denúncia - O presidente é processado por corrupção passiva e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot atribui crime a Temer a partir do inquérito da Operação Patmos - investigação desencadeada com base nas delações dos executivos do grupo J&F, que controla a JBS.
O processo será avaliado primeiro pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados, para depois seguir ao Plenário do Parlamento. Na votação seguinte serão necessário dois terços dos parlamentares, para que haja prosseguimento na investigação contra Temer, neste momento.
Se os deputados não aceitarem a denúncia, o presidente só será investigado após deixar o cargo. Se eles aceitarem, caberá ao STF (Supremo Tribunal Federal) decidir no pleno se acatam a denúncia, se isto ocorrer, Temer será afastado poe 180 dias, até que haja o julgamento.