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Política

Mandetta critica acordo com Cuba e “terceirização” no Mais Médicos

Futuro ministro afirma que contratação de cubanos parecia “convênio entre Cuba e o PT e não Cuba e o Brasil”

Humberto Marques | 20/11/2018 15:39
Mandetta foi confirmado nesta terça-feira por Bolsonaro como futuro ministro da Saúde. (Foto: Divulgação)
Mandetta foi confirmado nesta terça-feira por Bolsonaro como futuro ministro da Saúde. (Foto: Divulgação)

Em sua primeira entrevista depois de ser confirmado como futuro ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro (PSL), o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) afirmou que, no passado, havia alertado para os riscos de se “terceirizar mão-de-obra tão essencial” no Mais Médicos, fragilizado com o recente anúncio da saída de Cuba do programa. Ele ainda disparou contra o acordo com o país caribenho, firmado no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

“É um dos riscos de se fazer convênio terceirizando mão de obra tão essencial. Os critérios (do Mais Médicos) à época (2013, quando foi discutido no Congresso) pareciam mais um convênio entre Cuba e o PT e não Cuba e o Brasil”, afirmou Mandetta a jornalistas. Segundo ele, não houve uma tratativa bilateral envolvendo a saída dos cubanos do programa, “mas uma ruptura unilateral, um risco que já alertava no início”.

Cuba anunciou sua saída do Mais Médicos na semana passada, apontando “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” de Bolsonaro à presença de seus médicos no país. O presidente eleito fundamentou suas críticas com o fato de que, dos cerca de R$ 11 mil pagos aos profissionais, apenas R$ 3 mil são transferidos aos trabalhadores –o restante seria controlado pelo governo cubano.

Mandetta foi um dos críticos do Mais Médicos quando da proposição do programa, apontando-o como de cunho eleitoreiro. Além disso, manifestou-se contra a dispensa do Revalida –exame usado para aceitar diplomas de médicos no Brasil– para profissionais incluídos na ação.

Conforme o futuro ministro, o setor de Saúde precisa de políticas sustentáveis para não prejudicar a população. “Improvisações em saúde costumam terminal mal. Essa não foi diferente das outras”, declarou. Mandetta ainda criticou o que chamou de “relativização” na destinação de médicos. “Não há vida do interior e vida na Capital. Desde a comunidade indígena mais remota até os grandes centros”, disse, reforçando que, na mira, está “o bem maior”.

Ele destacou que pretende se reunir com o atual ministro da Saúde, Gilberto Occhi, para analisar os impactos da saída dos cubanos do programa –sozinho, o país do Caribe havia destinado cerca de 8,5 mil médicos ao Brasil, metade das vagas do Mais Médicos. O futuro ministro defendeu a criação da carreira de Estado de médico como alternativa para destinar os profissionais a locais onde há dificuldade de contratação.

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