Manifestantes levam cheques "gigantes" no protesto na Câmara
Manifestantes satirizaram a polêmica do suposto envolvimento do prefeito Gilmar Olarte (PP) no caso de agiotagem. Durante os protestos na Câmara Municipal da Capital, na manhã de hoje (19), eles levaram cheques em branco.
Pessoas seguravam réplicas de cheques gigantes com assinaturas do prefeito Gilmar Antunes Olarte nominais aos "vereadores golpistas". Também portavam outros tipos de folhas para protestar em alusão à matéria do "golpe do cheque em branco", divulgada no domingo pelo programa da Rede Globo.
Cartazes feitos a mão, panfletos que imitavam folhas de cheques, faixas e muita gritaria fizeram parte da manifestação.
A professora Ozilda de Souza carregava uma réplica de um cheque que tinha aproximadamente um metro e meio e protestava pedindo o aumento de 13% no salário. "Não estamos pedindo mais do que o nosso direito" gritava a docente.
Cirlei Magalhães, também professora, disse que ia emprestar o cheque dela para o prefeito Gilmar Olarte para ver se ele usaria em favor de Campo Grande e resolvendo os inúmeros problemas da cidade. "Vim porque queria ver a atitude dos vereadores e, agora, após a oposição pedir a cassação do prefeito, já vou embora satisfeita. Do jeito que está não pode ficar, ele tem que sair. Vou lá levar o meu cheque para ele" declarou.
Outro manifestante, Lázaro Bonifácio, redigiu um documento em que constava as acusações mostradas no programa de televisão, além de todas as greves realizadas nos últimos dias e protocolou nos 29 gabinetes dos vereadores da Casa de Leis, pedindo o impeachment do prefeito.
Para Lázaro, o caos que a cidade se encontra foi desencadeado pelas irregularidades praticadas. "Vemos um descontentamento generalizado, fruto das falcatruas do prefeito. Os vereadores precisam se posicionar e tomar atitudes" enfatizou Bonifácio.
"Não estou vendo outra opção além do prefeito renunciar ou ser cassado. A população está indignada desde a época do ex-prefeito Alcides Bernal (PP) e devido o caos em que Campo Grande já estava, o atual prefeito Olarte não foi capaz de recuperar, por esta razão a cidade está no pé que está" disse a assistente com um panfleto do cheque em branco em mãos", declarou a assistente social Maria Lúcia de Oliveira.
Durante a manifestação era possível ver diversos grupos: professores, servidores da saúde, artistas, além de moradores dos diversos bairros descontentes com o atual prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP).
Protesto - A manifestação ganhou força após a denúncia envolvendo o prefeito ser veiculada no Fantástico, no domingo, pela TV Globo. As investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) apontam que o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro começou durante a campanha eleitoral municipal de 2012.
A apuração começou em outubro de 2013, mas veio à tona após a prisão do ex-assessor da prefeitura, pastor Ronan Feitosa, no dia 11 de abril de 2014, em São Paulo. O caso foi denunciado pelo Gaeco e o caso tramita na Seção Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
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