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Política

Marqueteiro de Bernal articulou e importou reforço para ato na Câmara

Kleber Clajus e Edivaldo Bitencourt | 14/10/2013 14:55
Agenda revela reuniões entre movimentos sociais e mobilização de pessoas do interior para integrar protestos na Câmara Municipal de Campo Grande (Foto: Kleber Clajus)
Agenda revela reuniões entre movimentos sociais e mobilização de pessoas do interior para integrar protestos na Câmara Municipal de Campo Grande (Foto: Kleber Clajus)

O presidente da Fundac (Fundação Municipal de Cultura), Júlio Cabral, participou da mobilização para levar centenas de manifestantes à Câmara Municipal para defender o prefeito Alcides Bernal (PP). O grupo também buscou pessoas no interior do Estado para reforçar o protesto na terça-feira passada, quando seria votada o pedido para a instalação da Comissão Processante contra o prefeito.  Cabral também foi marqueteiro de Bernal na campanha eleitoral.

A revelação consta de uma agenda, perdida pelo presidente do MNLM (Movimento Nacional de Luta pela Moradia), Abílio Borges, durante protesto na última terça-feira (8) na Câmara Municipal de Campo Grande. O material foi encaminhado para a Polícia Civil pelo presidente da Câmara Municipal, Mario César Fonseca Oliveira (PMDB). 

As páginas trazem informações de movimentação financeira do MNLM, bem como resumo de uma reunião no dia 4 de outubro em que Julio César Cabral, que também foi marqueteiro da campanha eleitoral de Alcides Bernal (PP), teria participado.

Grifado apenas como “Cabral” estão listados quatro tópicos: “Imprensa não veicula ações e pauta as críticas; Mobilização terça fator pressão popular; Rodoviária abandonada p/ pref. c/ retirada da Guarda Municipal e Invasão Câmara”.

O Campo Grande News entrou em contato com o diretor-presidente da Fundac que negou apenas o tópico sobre a rodoviária. “Participamos da reunião, mas essa questão da rodoviária é pauta dele [Abílio], não minha. Como vou pautar problema da prefeitura? É sem noção”, disse Cabral ao reafirmar que sempre esteve aberto a receber movimentos sociais. “Estão tentando transformar uma coisa em outra”.

Abílio Borges, que foi cabo eleitoral de Bernal em vídeo de campanha, disse que irá se pronunciar sobre o caso ainda hoje, mas não definiu horário e local.

O presidente da Casa de Leis, Mario Cesar contou que foi comunicado por Abílio da perda da agenda ainda na terça-feira, mas que este só foi encontrado e entregue a Mesa Diretora no sábado (12). “Isso prova que as manifestações foram orquestradas”, disse Mario que solicitou a entrega do material para que a Polícia Civil investigue os dados.

Importação de manifestantes – Datado de 7 de outubro, há dados de que a “Frente em Defesa da Democracia de Campo Grande” trouxe pessoas de Sidrolândia, Dois Irmãos do Buriti, Aquidauana e Corguinho. Na Capital, a mobilização ocorreu nos bairros Indubrasil, Santa Mônica, Jardim Noroeste e nas aldeias urbanas Marçal de Souza e Água Bonita.

De Sidrolândia, há registro de 11 aldeias que encaminhariam manifestantes por meio do Movimento Setorial Indígena. O local de concentração foi citado como “Posto Pé de Cedro – Sidrolândia”, assim como o número de pessoas de cada aldeia.

O transporte para os protestos que cancelaram a sessão da Câmara, no dia 8 de outubro, foi realizado por ônibus da empresa Vacaria e solicitados por ofício ao Consórcio Guaicurus, conforme registro na agenda.

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