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Política

Marquinhos e o ano de expediente sem hora para vencer "herança ruim"

Marquinhos Trad assumiu em 1º de janeiro deste ano e segue no mandato até dezembro de 2020

Mayara Bueno | 30/12/2017 10:56
Marquinhos e o ano de expediente sem hora para vencer "herança ruim"
Prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD).
(Foto: André Bittar).
Prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). (Foto: André Bittar).

Deficit no caixa municipal, atraso com fornecedores, 14 folhas de pagamento pela frente e a certeza de que 2017 seria um ano com poucas ações do plano de governo em Campo Grande. Este foi o cenário previsto para este ano, que foi o primeiro da administração do prefeito Marquinhos Trad (PSD).

“No começo do ano, já na transição eu falei, nós vamos demorar de 12 a 18 meses para aprumar o avião, colocá-lo em linha reta”, afirmou em entrevista ao Campo Grande News.

O começo do ano foi marcado pelo impasse envolvendo  Omep (Organização Mundial pela Educação Pré-Escolar) e Seleta e os convênios existentes há 20 anos, considerados ilegais pelo MP (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Problemas com a Cosip (Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública dos Municípios) também fizeram parte dos primeiros meses.

Marquinhos elenca ainda problemas estruturais em unidades básicas de saúde, creches, escolas, entre outros prédios públicos. Um cenário que, de acordo com o chefe do Executivo municipal, poderia ser ainda pior segundo a ótica da gestão anterior. 

“Quando estávamos na transição, a equipe do (ex-prefeito) Bernal tinha nos dito que passaríamos momentos ingovernáveis, que a situação estava muito mas muito difícil. Alguns deles apostavam que a partir de maio atrasaríamos ou parcelaríamos os salários”. Embora o cenário de todo mês tenha sido tomado de certo receio quanto ao pagamento, em nenhum deles houve atraso.

Em contrapartida ao 'caos' anunciado, Marquinhos elenca as vitórias, que, na atual conjuntura, se traduziu muitas vezes em cumprir obrigações legais, como as remunerações dos 23 mil servidores, incluindo o 13º, que precisou contar com a venda da folha de pagamento para ser efetivado.

Pagamento de fornecedores também foi normalizado em meados de 2017, depois de estoques vazios nas unidades de saúde

Primeiro dia de gestão na primeira ação: vistoriar tapa-buraco. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo).
Primeiro dia de gestão na primeira ação: vistoriar tapa-buraco. (Foto: Fernando Antunes/Arquivo).

Problemas antigos - “Nós concluímos um quarto do nosso mandato. Não atrasamos salários. Campo Grande, com todo este momento de crise cumpriu as metas”, comemora o prefeito, embora ainda contabilize problemas antigos da cidade.

Ruas com buracos são um dos principais problemas já conhecidos e alvos constantes de reclamações dos moradores. Tanto que uma das primeiras ações do atual prefeito, na manhã de 2 de janeiro de 2017, foi conferir os trabalhos de tapa-buraco na avenida Mato Grosso, com a rua Bahia.

Os estragos no aslfalto eram grandes tanto no tamanho quanto na quantidade. A promessa, na ocasião, foi de que em 90 dias a situação fosse resolvida. E até foi, momentaneamente. Contudo, bastou novo período de chuva para que os problemas ressurgissem, literalmente, nas vias de Campo Grande.

Já nos últimos dias de dezembro, o chefe do Executivo municipal disse esperar que essa situação não seja mais uma constante na cidade. Novo contrato de R$ 34 milhões foi firmado com empresas, que fazem o serviço nas ruas e avenidas. Assim como iniciou, o ano foi encerrado com as vistorias nas vias da cidade.

Também problema antigo, a entrega de uniformes e kits escolares para rede municipal de ensino teve atraso. Este ano, os materiais começaram a ser entregues só em março, quase dois meses após o início das aulas. A justificativa dada este ano é que houve atraso na licitação iniciada ainda na gestão anterior. 

Em 2017, o processo de compra começou em novembro, com a expectativa e promessa de que as roupas estarão com os estudantes no primeiro dia de aula, marcado para 6 de fevereiro de 2018.

Prefeito durante agenda em escola municipal. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo).
Prefeito durante agenda em escola municipal. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo).

"Perto das pessoas" - “Me sinto tranquilo em receber e acolher todo mundo”, respondeu sobre o assédio das pessoas no começo de seu mandato. O prefeito afirma que não anda com seguranças e é comum vê-lo em rotina normal. “Vou em muitos lugares sozinho e o fato de eu ser procurado é natural, é o prefeito da cidade”.

“Estes dias eu fui no supermercado, às 23 horas. É tão difícil um político fazendo compras, na padaria...nos jogos de futebol vou na arquibancada. É justamente no feriado quando tem oportunidade de estar no meio da população, principalmente a classe trabalhadora. E ali eu me sinto bem. Eu gosto de estar ali com eles”.

Prefeito com a primeira-dama e as quatro filhas no dia da posse, em 1º de janeiro. (Foto: Alcides Neto/Arquivo).
Prefeito com a primeira-dama e as quatro filhas no dia da posse, em 1º de janeiro. (Foto: Alcides Neto/Arquivo).

Pouco tempo em família - O foco no primeiro ano de administração fez com que, naturalmente, o chefe do Executivo assumisse quase que exclusivamente este papel.

O tempo que se dedica ao trabalho na prefeitura, ele afirma que nem contabiliza. “Mas minha esposa com certeza sim”, brinca. Tanto que, em meio aos últimos detalhes da decoração de Natal, em dezembro, a primeira-dama Tatiana Trad 'puxou' a orelha do prefeito, que estava às 23 horas no local para conferir os últimos detalhes.

Brincadeiras à parte, Marquinhos Trad afirma que contou muito com a compreensão da esposa e do restante de sua família nestes primeiros 12 meses. Em janeiro, o prefeito vai tirar 12 dias de férias e tem planos de viajar com família para fora do País. O destino, no entanto, não foi revelado.

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