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Política

Marquinhos tem R$ 37 milhões para arcar com todas as despesas da Capital

O valor líquido disponível no tesouro municipal corresponde a 0,10% do orçamento anual de Campo Grande, cuja previsão para 2017 é de R$ 3,5 bilhões

Alberto Dias | 03/01/2017 17:28
Prefeito abriu os cofres do Município na tarde desta terça-feira (3). (Foto: Richelieu de Carlo)
Prefeito abriu os cofres do Município na tarde desta terça-feira (3). (Foto: Richelieu de Carlo)

A crise financeira que assola os cofres municipais foi quantificada e o prefeito Marquinhos Trad (PSD), no segundo dia de gestão, declarou que o dinheiro disponível em caixa é insuficiente para as demandas da cidade. A administração anterior deixou um saldo positivo R$ 252.192.947,61, porém, a receita líquida que pode ser usada imediatamente, para pagamento de salários, por exemplo, é de R$ 37.343.362.

Para se ter uma ideia do que isso representa, seria preciso três vezes esse valor para quitar integralmente a folha de pagamento de dezembro, de R$ 111.064.84, considerando os valores absolutos, já com os tributos. Para piorar, existe parcela do 13º atrasada para mais de sete mil servidores que recebem mais de R$ 3 mil, que soma mais R$ 19,8 milhões que a prefeitura não tem.

Mas e os R$ 215 milhões restantes deste saldo positivo? "Eles existem, o ex-prefeito não mentiu. Ele só esqueceu de dizer que já estão comprometidos", explicou Trad. "Ele falou que deixaria dinheiro para pagamento de funcionários, e isso não aconteceu". Dos mais de R$ 200 milhões restantes, Marquinhos detalhou a origem e destino dos recursos ao lado do secretário municipal de Planejamento, Finanças e Controle, Pedrossian Neto.

Saiba para onde vai o restante - Segundo os gestores, são R$ 32 milhões ao SUS (Sistema Único de Saúde); R$ 31 milhões em convênios com a União; 21 milhões para Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública). Também citaram verbas vinculadas a outras fontes como FMIS (Fundo Municipal de Investimento Social), Fudersul, Telefonia Banda B, entre outros.

Contas de água e energia em atrasos somam R$ 12 milhões, licitações de uniformes escolares foram suspensas nos últimos dias da gestão anterior, sem garantia se os alunos terão kits escolares na volta as aulas, em 6 de fevereiro. "Calma, estou no segundo dia de gestão", ponderou. Em 36 horas, houve disposição para reunir-se com as empresas de tapa-buraco, com a procuradoria do Ministério Público, com a diretoria da Solurb para tratar da coleta, além da reunião inicial com o secretariado e duas coletivas à imprensa.

Procurado pelo Campo Grande News, o ex-prefeito Alcides Bernal (PP) ponderou que logo haverá um balancete oficial publicado em Diário Oficial". O progressista disse que ao repassar o cargo, um prefeito é obrigado a assinar um documento repassando tudo ao sucessor. "Tivemos 90 dias com equipe de transição acompanhando tudo diariamente. Os extratos falam por si só. É documento, não é conversa fiada".

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