Marun se diz entristecido, mas sem planos de visitar Cunha preso no PR
Em nota divulgada no fim da tarde desta quarta-feira (19), sobre a prisão do aliado e colega de partido Eduardo Cunha (PMDB), o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS) se diz surpreso com o mandado emitido pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava Jato, e afirma que não viu, nem falou com o ex-parlamentar nos últimos dias. Tampouco faz planos de visitá-lo em Curitiba, para onde o ex-deputado já foi transferido.
O parlamentar se diz entristecido pela medida, “até porque estava correndo o prazo concedido para apresentação da defesa” e afirma que o último contato com Cunha foi em 13 de setembro, um dia após a cassação ter sido aprovada no plenário.
Sobre um possível encontro com o preso, Marun diz que tem compromissos em Mato Grosso do Sul e só deve fazê-lo “em dias vindouros, se isto for permitido”, pontua.
Ele acrescenta que a situação é exclusivamente jurídica a ser discutida no âmbito do processo, cabendo ao Ministério Público e ao Judiciário sustentarem as razões de suas decisões, que confia no respeito ao devido processo legal e que “ao final, a justiça será feita”.
O deputado federal sul-mato-grossense diz também esperar “que as consequências políticas deste fato não sejam superdimensionadas a fim de que não se obstrua a janela de esperança que abrimos para o Brasil ao depor constitucionalmente o Governo corrupto e incompetente que nos aprisionava”, conclui.
Transferência – Cunha foi detido em Brasília elevado em um jato da Polícia Federal para Curitiba, onde as investigações estão concentradas. O apartamento dele na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, foi alvo de um mandado de busca e apreensão.
O ex-parlamentar, cassado em setembro, é acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.
Segundo o Portal G1, o MPF (Ministério Público Federal) entende que, em liberdade, Cunha representa risco à instrução do processo e à ordem pública, pois há possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior e da dupla nacionalidade, já que ele tem passaporte italiano.
Os advogados do ex-deputado enviaram uma carta à imprensa nacional classificando a decisão como absurda, sem motivação e usando argumentos de uma ação cautelar extinta pelo STF (Supremo Tribunal Federal), bem como fatos de investigações que não estão sob jurisdição de Moro, não sendo, por isso, competente para deliberar sobre o assunto. Afirma ainda que as medidas para enfrentar a detenção serão tomadas.