Na eleição da "treta" até em família, voto será definido na última hora
A descrença com a politica vai condicionar eleitores até a votarem em branco em quase todas as opções de candidatos
Impulsionada pela crise politica e a polarização dos discursos dos presidenciáveis, as eleições deste ano, tem sido pauta recorrente, principalmente nas redes sociais. Mas na prática, o campo-grandense também conta que o tema foi recorrente no dia-a-dia e até motivo de treta em família.
Mas também confirma o consenso popular de que o brasileiro, deixa mesmo tudo para última hora. Inclusive quanto à escolha dos candidatos nas eleições. A assistente de recursos humanos, CatiaVilalba, de 30 anos, por exemplo, adianta que já escolheu metade dos seis nomes, mas o restante dos candidatos vai definir entre hoje e amanha e pela internet.
“Eu não tive muito tempo para acompanhar os programas eleitorais, então vou estudar essas propostas pela rede social, na internet”, comenta. Mas, mesmo deixando a escolha para cima da hora ela dá o exemplo.
“A única hipótese que não passa pela minha cabeça é não votar. Acredito que é importante ouvir as propostas e escolher um candidato, só nunca votar em branco”, acrescenta. A assistente ainda opinou que não necessariamente, a escolha dos candidatos tenha que sofrer a interferência da familia.
“Na minha, cada um vai votar no que achar melhor. Politica nunca foi alvo de discussão. É uma escolha particular”, pontua.
Ao contrário da realidade da família do vendedor Rafael Fons Baredets, de 37 anos. “Na minha rolaram várias brigas nas reuniões de final de semana. Ao ponto da minha mãe chegar de dedo na minha cara”, comenta.
Isso porque ele conta que as diferenças de opinião ou até mesmo a inércia de alguns familiares na hora da escolha do candidato, causou discórdia. “Com a crise em que chegamos a politica tem sim que ser discutida, porque a situação pode acabar piorando”, pontua.
Mas, mesmo já tendo escolhido seus candidatos, ele também desabafa. “A situação é tão complicada que a verdadeira opção é escolher entre o menos pior, entre os candidatos, seja para presidente ou nas outras opções”, conta.
Mas contexto politico atual também tem condicionado os eleitores à descrença. “Ainda vou pensar se vou votar em alguém porque, sinceramente, estou querendo votar em branco em todas as opções”, adianta uma vendedora, de 29 anos, que preferiu não se identificar.
Mesma opinião do senhor José Mucho, de 63 anos. Ele conta que irá votar por obrigação e acredita que o voto em branco, expresse o seu protesto silencioso.
“Eu não acredito mais na politica, não acredito mais em candidato honesto, então prefiro não ter que escolher nenhum. Devo votar no máximo para presidente”, lamenta o garapeiro simpático do bairro Coronel Antonino.
Aos 68 anos, a experiência de vida influencia até hoje na escolha do senhor Manoel Pedro dos Santos, colega de José. Antes mesmo da resposta sobre as escolhas ele contou o partido a quem mais se simpatiza, desde sempre, e adiantou o seu critério para as escolhas, independente do ano da eleição.
“A experiência, o histórico, o que os candidatos já fizeram na politica. Minha escolha para o seis candidatos está feita e o critério é sempre esse mesmo.”, pontua. No mesmo bairro o marceneiro Alberto Fonseca, de 47 anos, é outro eleitor que escolheu quase todos os nomes da eleição, deixando o cargo de presidente para ultima hora. Mesmo que já tenha algum nome em mente.
“Vou decidir ali na urna”, brinca. Mas ele também desabafa. “A corrupção já é uma mal da nossa politica. A gente acaba escolhendo candidatos que nós não sabemos como vão se portar no poder. A maioria se elege e se corrompe pela corrupção. Está muito complicado votar”, conclui.