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Política

No Senado, Delcídio dirá em discurso que é inocente e vítima de armação

Leonardo Rocha | 21/02/2016 09:20
Delcídio prepara discurso no Senado, para seu retorno na próxima terça-feira (Foto: Pedro França/Agência Senado)
Delcídio prepara discurso no Senado, para seu retorno na próxima terça-feira (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O senador Delcídio do Amaral (PT), solto na última sexta-feira (19), após 87 dias na prisão, irá se pronunciar pela primeira vez no Senado Federal, em discurso previsto para terça-feira (23). Ele confidenciou a amigos que esta preparando esta declaração e que dirá ser “inocente e vítima de uma armadilha”.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, aliados políticos entenderam o recado e ainda não procuraram o petista neste final de semana, o deixando a vontade para priorizar o discurso. O senador está na casa de amigos da família em Brasília, acompanhado da sua esposa, mãe e duas das três filhas.

Além do discurso, uma coletiva de imprensa na próxima terça-feira, em Brasília, não está descartada. Delcídio pretende escrever um livro ou diário, contando todo este período que passou, no entanto sem revanchismo político, inclusive os advogados do senador garantiram que não foi assinado um acordo de delação premiada.

Segundo a reportagem, Delcídio teria enviado recados para auxiliares da presidente Dilma Rousseff (PT), dizendo que se não fosse solto, começaria a falar. A resposta era que ficasse tranquilo, que em breve deixaria a prisão.

Atividades – A decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, autoriza o senador a frequentar as sessões e atividades do Congresso Nacional, mas estabelece prisão domiciliar no período da noite e durante suas folgas, proibindo de encontrar com outros investigados da Operação Lava Jato, assim como deixar o país.

Delcídio volta para suas atividades parlamentares e ainda pretende assumir o comando da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), no entanto deve sofrer pressão dos colegas de partido, para que deixe o cargo, já que neste momento não teria “autoridade política”, para conduzir o colegiado.

O Supremo entendeu que não havia mais motivos para deixar Delcídio na prisão, já que a delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, praticamente já tinha sido concluída. O petista foi preso por ser acusado de tentar atrapalhar a realização deste acordo, oferecendo repasse mensal a família do investigado e até um plano de fuga.

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