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Política

Pecuarista de MS intermediou esquema de corrupção na Petrobras, diz revista

Reportagem de Veja aponta novas chantagens a dirigentes do PT

Leonardo Rocha | 14/09/2014 16:35
Reportagem mostra que pecuarista de MS articulou negociação em esquema na Petrobras (Foto: Reprodução Revista Veja)
Reportagem mostra que pecuarista de MS articulou negociação em esquema na Petrobras (Foto: Reprodução Revista Veja)

A Revista Veja publicou reportagem neste final de semana que acusa o pecuarista sul-mato-grossense, José Carlos Bumlai, de intermediar negócios de empresários com a Petrobras, com a intenção de arrumar dinheiro para pagar chantagem a "grupos de criminosos" que ameaçam lideranças do PT em relação ao escândalo da estatal brasileira.

Segundo a reportagem, Bumlai, amigo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, articulou com o diretor de exploração e produção da Petrobras, Guilherme Estrella, para que ampliasse os contratos com a construtora Schavin, no valor de R$ 6 milhões, mesma cifra que o pecuarista contraiu empréstimo com o banco Schavin, do mesmo grupo de empresários.

Este valor teria sido repassado para a Marcos Valério, operador do mensalão, que depois enviou a Ronan Maria Pinto, que estava chantageando a direção do PT na possibilidade de incluir o ex-presidente Lula, assim como o ministro Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu, na "teia" do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, que iria acabar com um esquema de cobrança de propina no município paulista.

De acordo com a Revista, Marcos Valério já havia revelado esta transação ao Ministério Público em 2012, inclusive ressaltando que o foi o então secretário geral do PT, Silvio Pereira, que pediu sua ajuda para alavancar esta operação financeira para "comprar o silêncio" de Ronan.

Nesta negociação, entra Enivaldo Quadrado, que ajudou na transação para contratar a empresa que serviu de intermediária, a Renar Agenciamento e Assessoria, participando deste esquema na Petrobras. Agora Quadrado também resolve chantagear os dirigentes do PT, já que tem provas em mão de todo este processo.

A reportagem aponta que com a descoberta do documento pela Policia Federal, se desmonta toda a estratégia de defesa dos envolvidos. De acordo com as autoridades, o contrato que ligava Valério a Ronan era justamente a garantia de "aposentadoria de Quadrado". Um inquérito deve ser aberto em breve com todas estas evidências.

A Revista afirma que a direção do PT resolveu que era melhor "ceder" aos chantagistas, através de remuneração. Quadrado é bem conhecido pelas autoridades já que foi condenado em 2012 a 3 anos e seis meses por lavagem de dinheiro no esquema do mensalão.

Ele também foi detido duas vezes, uma em 2008 quando tentava sair do país com R$ 361 mil euros escondidos na cueca e este ano em função do envolvimento com lavagem de dinheiro no esquema comandado pelo doleiro Alberto Youssef, parceiro do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto da Costa.

Para Veja, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que teria ouvido o "ultimato" de Quadrado, negou qualquer chantagem ou pagamento, assim como Ronan também negou ter recebido dinheiro para manter o silêncio sobre o PT. Quadrado por sua vez preferiu não se manifestar.

O Campo Grande News tentou entrar em contato com o pecuarista José Carlos Bumlai, no entanto ele não atendeu as ligações realizadas pela equipe de reportagem.

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