Polícia investiga se assassinato de Goldoni tem ligação com disputa comercial
Por enquanto a única linha de investigação da polícia civil para o assassinato do ex-deputado federal e estadual e ex-prefeito de Ponta Porã, Oscar Goldoni (PDT) seja uma briga comercial que se arrasta há tempos e gerou dois boletins de ocorrência de tentativa de homicídio, em que ele era apontado pelas vítimas como suposto mandante. O caso envolveria os irmãos Fábio e Fabrício Moresco, que sofreram atentados e ao registrar as ocorrências na 1ª Delegacia declararam que o único com quem tinham desavença era Goldoni.
O delegado regional de Ponta Porã, Clemir Vieira Júnior, afirmou que os comentários na cidade fazem essa ligação, mas que a polícia não pode trabalhar baseado em suposições, mas também não descarta essa possibilidade. Segundo ele, na época Oscar Goldoni foi ouvido nos inquéritos e negou que tenha algum tipo de participação nos crimes. O Campo Grande News ligou para uma das empresas dos irmãos, a Pizzaria e Churrascaria Garfo de Ouro. A funcionária que disse estar respondendo pelo estabelecimento, de nome Josiane, informou que Fábio e Fábrio estão fora da cidade “há mais de um mês”.
A briga comercial teria se iniciando quando Oscar Goldoni conseguiu na justiça retomar o controle da fábrica de refrigerantes Vô Kiko. A indústria estava em poder dos irmãos Moresco e a partir da dissolução dessa “parceria comercial” passaram a ter desavenças por conta de dívidas.
De acordo com os registros na polícia civil de Ponta Porã, no dia 20 de junho Fabrício Moresco sofreu um atentado no Paraguai, em que o motorista dele foi ferido, mas sobreviveu. Já no dia 3 de agosto, a vítima foi Fábio. Ele estava na Avenida Brasil, no centro de Ponta Porã, junto com o motorista Joaquim Ferreira, conhecido como Quincão. Um carro se aproximou do veículo em que o empresário e o motorista estava e houve vários disparos, Quincão morreu no local e Fábio conseguiu escapar dos tiros.
Segundo o delegado Clemir Vieira Júnior, por enquanto a linha de investigação está centrada nessa desavença, mas outras hipóteses estão sendo levantadas. “É preciso ter muita cautela, vamos analisar o caso, é cedo ainda para falar se o crime tem ligação com a briga”, afirmou.
O crime – Oscar Goldoni foi morto com vários tiros no final da manhã, quando deixava a sede do Detran e se preparava para entrar em sua caminhonete. Ele teria reagido, mas acabou morrendo com os tiros disparados por um dos ocupantes de uma caminhonete preta.
Peritos estiveram no local do crime recolhendo material e equipes da polícia civil também percorreram as ruas próximas na tentativa de encontrar câmeras que possam ter registrado as imagens dos criminosos. O Detran fica logo atrás de delegacia de polícia da cidade, a cerca de 150 metros.