Prefeita publica decreto rescindindo contratos com empresas investigadas
Vanda Camilo rompeu os contratos às vésperas de sessão extraordinária solicitando CPI no município
Após convocação feita pela Câmara de Vereadores de Sidrolândia, a 71 km de Campo Grande, para sessão extraordinária nesta quinta-feira (27), às 19h, sobre possível abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra a prefeita Vanda Camilo (PP), a chefe do Executivo anunciou a suspensão de licitações com empresas investigadas na Operação Tromper, do MPE (Ministério Público Estadual).
A iniciativa acontece após o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deflagrar a segunda fase da Operação Tromper na cidade, na última sexta-feira (21). Um grupo de parlamentares decidiu investigar se houve improbidade administrativa do Executivo e para isso precisam de oito votos.
Conforme decreto publicado na edição desta quarta-feira (26), o setor de compras, licitações e contratos irá rescindir todos os contratos atualmente em vigor, que foram firmados pela administração pública com as seguintes empresas: R&C Comércio, Serviços e Manutenção Ltda, ME; 3M Produtos e Serviços Ltda; Rocamora Serviços de Escritório Administrativo EIRELI; Odinei Romeiro de Oliveira ME e Everton Luiz de Souza Luscero EIRELI.
O decreto suspende e determina a revisão dos processos licitatórios ainda não homologados, que foram vencidos por qualquer uma das empresas sob investigação. Caso sejam identificados indícios de fraude, a licitação será revogada e um processo administrativo será instaurado para apurar os fatos.
De acordo com o chefe de gabinete da prefeita, Waldemar Acosta, Vanda decidiu rescindir os contratos argumentando que é a favor das investigações no município.
“Mesmo sem recomendação do MPE, a prefeita decidiu romper os contratos, pois não tem nada a esconder e está colaborando com as investigações”, afirmou Acosta.
Em nota, Vanda Camilo afirmou que não tem nada a esconder e que adotará as medidas necessárias para o bem de Sidrolândia. "Nossa gestão não tem nada a esconder; apoiamos integralmente os órgãos de fiscalização e repudiamos qualquer conduta que vá contra os princípios éticos e legais. Estamos comprometidos com a transparência e zelamos pela correta aplicação dos recursos públicos. Adotaremos todas as medidas necessárias para honrar esse compromisso com a população de Sidrolândia".
Conforme publicado pelo Campo Grande News, um grupo, formado por oito vereadores, já confirmou que vai votar a favor da abertura. Além de Enelvo Felini (PSDB), Izaqueu Diniz (Patri), Cleyton Martins (PSB), Ademir Gabardo (PSDB), Adavilton Brandão (MDB), Elieu Vaz (PSB), Cristina Fiuza (MDB) e Otacir Figueiredo (PP) já se mobilizaram pela abertura e estão convidando a população para participar da sessão.
Sobre a abertura da CPI, embora uma das principais consequências possa ser o pedido de cassação da prefeita, o presidente da Câmara, Otacir Figueiredo, afirma que não existe a intenção de formalizar esse pedido.
“A Câmara não tem intenção de pedir a cassação da prefeita, não, a CPI é apenas uma prerrogativa que nos permite investigar e eu espero que os 15 vereadores votem favoráveis a essa CPI para o bem de Sidrolândia, esse é o nosso papel”, explicou Otacir.
Para o chefe de gabinete, o pedido de abertura da CPI “tem outras motivações que não ajudar Sidrolândia, mas a prefeita está tratando com naturalidade a solicitação da Câmara, pois não tem nada a esconder”, finaliza Waldemar.
A prefeita foi procurada pela reportagem, mas não respondeu as mensagens e nem retornou as ligações até a publicação desta matéria.
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