Prefeito ainda não sabe tamanho do deficit que ficará para Marquinhos
Equipe de transição do prefeito eleito fala em R$ 25 a R$ 30 milhões
Admitindo que a situação financeira da Prefeitura de Campo Grande é complicada, há poucos dias para deixar o cargo, o prefeito Alcides Bernal (PP) ainda não sabe qual será a real situação da contas deixadas para a próxima gestão municipal.
Nesta quarta-feira (7), foi apresentada a prestação de contas do mandato, com exibição de planilhas e demonstrativos de dados financeiros do Município, mas tanto Alcides Bernal quanto o secretário municipal de Finanças, Disney Fernandes, não souberam dizer de fato, se haverá deficit e quanto ficará nos cofres municipais para 2017.
“Não tem como precisar quanto deixará, pois ainda não fechamos o ano”, disse o titular de Finanças, que atribui a situação à expectativa de arrecadação com o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de 2017 e o programa de renegociação do imposto deste ano. Também ser dar detalhes, o prefeito apenas garante que deixará as contas “saneadas” para o próximo gestor, Marquinhos Trad (PSD).
Nas planilhas apresentadas durante a manhã de hoje, a Prefeitura mostrou dados desde 2004. Sobre a situação atual e a previsão para o ano que vem, Alcides Bernal afirmou apenas que deixará o caixa municipal em melhor condição do que deixou seu antecessor, o ex-prefeito Gilmar Olarte (PROS), em agosto de 2015.
“O que posso afirmar é que encontramos a Prefeitura sem dinheiro, sem credibilidade, sem crédito e com enormes despesas pra honrar, isso em setembro”. Segundo o prefeito, agora o Município mantém foco em solucionar a questão financeira. “Nós entregaremos a Prefeitura saneada, em condição de fazer todos os projetos e programas que já foram apresentados no meu plano de governo”.
O que se sabe sobre as contas da Prefeitura é que, de acordo com a equipe de transição do prefeito eleito, o Município tem um déficit de R$ 25 a R$ 30 milhões. “Pelo que notei dos números é uma situação bastante complicada”, afirmou Pedro Pedrossian Neto, integrante da equipe de transição de gestão de Marquinhos.
“Notamos uma elevação de despesas e que 2017 terá problemas de recuperação econômica. Este impacto exigirá ajuste fiscal, com cortes de despesas e desperdícios, para recuperação da economia”, avaliou Pedro Pedrossian.
Dados e planilhas apresentadas hoje ainda serão analisadas detalhadamente, disse. “O que notamos é que a Prefeitura não tem fluxo para honrar com as despesas. Hoje a receita é gerada no mês de pagamento”.
Em relação à previdência, o secretário de Administração, Ricardo Ballock, explicou que os recursos do caixa só saem em cinco situações, entre as quais, pagamento de salário família, auxílio reclusão e folha de aposentadoria. “Não temo como criar um fato novo, os valores são aportados para estes fins”, explicou o secretário em resposta à acusação de um suposto rombo de R$ 110 milhões.
Hoje, o titular afirmou que o saque feito neste valor foi em 2014, na época que Gilmar Olarte esteve à frente do Paço Municipal. Na ocasião, o Município não fez um determinado repasse à Previdência e por isso teria sacado o montante. “Porque não repassou não sabemos, não era nossa gestão”.