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Política

Puccinelli é condenado por coagir servidores por voto em 2012

Justiça Federal determinou suspensão dos direitos políticos por cinco anos

Aline dos Santos | 11/05/2021 11:46
Justiça Federal condenou André Puccinelli por improbidade administrativa. (Foto: Arquivo)
Justiça Federal condenou André Puccinelli por improbidade administrativa. (Foto: Arquivo)

O ex-governador André Puccinelli (MDB) foi condenado por improbidade administrativa pelo episódio das eleições de 2012, quando reuniu servidores e prometeu “girotear”. Na ocasião, ele apoiava a candidatura de Edson Giroto à prefeitura de Campo Grande.

De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), vídeo divulgado à época mostra que o então governador convocou reuniões em que coagia comissionados a votar em candidatos de sua coligação.

A ação de improbidade administrativa foi ajuizada em janeiro de 2016 e acusava André de coagir servidores comissionados de duas pastas: Secretarias Estadual de Trabalho e Assistência Social e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário e Turismo.

Reunião foi realizada em 2012 para discutir eleições para prefeito de Campo Grande. (Foto: Reprodução)
Reunião foi realizada em 2012 para discutir eleições para prefeito de Campo Grande. (Foto: Reprodução)

Na gravação, Puccinelli   aparece listando, nominalmente, servidores e ordenando que os comissionados informassem em quais candidatos votariam para os cargos de prefeito e vereador. Ele faz anotações e orienta que as pessoas mantenham a intenção de voto em candidatos da coligação apoiada por ele.

Em trechos da reunião, realizada no diretório do PMDB, Puccinelli, ao notar a ausência de servidores, enfatiza a consequência da falta: “Exonerando”. Noutro trecho, reclama que o nome de Giroto está pequeno em material de divulgação e promete “girotear” a candidata a vereadora.

O encontro, reconhecido judicialmente por Puccinelli, foi classificado pelo político como reunião entre correligionários do PMDB em busca de votos para os candidatos no pleito de 2012. Contudo, para o Ministério Público Federal, não há dúvidas da influência direta do ex-chefe do Poder Executivo no voto de seus subordinados.

“Se aquela reunião foi mero encontro de pessoas engajadas na campanha eleitoral de 2012, por que o recorrido fazia ameaças claras de exoneração quando algum comissionado não respondia à sua chamada? Se a reunião não era um ato do chefe do Executivo, e sim de um militante político, qual o porquê da chamada nominal dos comissionados?” questionou o MPF.


A 1ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande condenou Puccinelli e determinou a suspensão dos direitos políticos por cinco anos. Mas o prazo para  ele fique inelegível só começa a correr após o trânsito em julgado (quando não cabem mais recursos contra a condenação).

“Trata-se de conduta gravíssima, uma vez que praticada com intenção de violar direito previsto constitucionalmente: voto direto e secreto”, informa a decisão.

Puccinelli é liderança do MDB e pré-candidato ao governo em 2022. A reportagem tentou contado por telefone com o ex-governador e com a defesa de Puccinelli, mas nenhum retornou a ligação.

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