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Política

Puccinelli sabia que MS fraudava BNDES para pagar propinas, diz PF

Ricardo Campos Jr. | 11/05/2017 10:39
Delegado da Polícia Federal Cleo Mazzotti (segundo da esquerda para direita) fala sobre a operação junto com dirigentes de órgãos que auxiliaram nas investigações (Foto: Marcos Ermínio)
Delegado da Polícia Federal Cleo Mazzotti (segundo da esquerda para direita) fala sobre a operação junto com dirigentes de órgãos que auxiliaram nas investigações (Foto: Marcos Ermínio)

O ex-governador André Puccinelli (PMDB) é apontado como um dos beneficiários do esquema criminoso que fraudava licitações e lavava dinheiro. Em coletiva na manhã desta quinta-feira (11), o delegado da Polícia Federal Cleo Mazzotti afirmou que ele garantiu recursos junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que depois foram desviados.

“Entendemos que ele sabia da propina e, quanto ao direcionamento, não era diretamente para ele, mas a pessoas e empresas, sendo ele um dos principais gerenciadores na obtenção dessa propina”, afirma o delegado.

A PF (Polícia Federal) chegou a pedir a prisão preventiva contra Puccinelli, mas como alternativa foram aplicadas medidas cautelares, como colocação de tornozeleira, proibição de deixar a cidade e fiança de R$ 1 milhão, que o governador não tem como pagar por ter os bens bloqueados, segundo adiantou o advogado do ex-governador, Renê Siufi.

Foi estipulado prazo de dois dias para recolher a quantia. Ficará a critério da Justiça definir o que será feito se não houver o pagamento. Uma das possibilidades, segundo Mazzotti, é conversão das cautelares em prisão.

“A investigação é feita para identificar a organização, ressarcir o dinheiro e penalizar os responsáveis”, afirmou o delegado.

Movimentação - A quarta fase da operação Lama Asfáltica, que investiga prejuízo de R$ 150 milhões aos cofres públicos por fraudes de licitações e lavagem de dinheiro. André Puccinelli prestou depoimento pela manhã e deixou a sede da PF (Polícia Federal) em uma das viaturas para colocar uma tornozeleira eletrônica.

Foram presos André Cance, ex-secretário-adjunto da Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda), o dono da gráfica Alvorada, Micherd Jafar Junior; há mandado de condução contra o ex-coordenador de licitações da Semad (Secretaria Municipal de Administração), Mauro Cavalli, que ainda não foi localizado.

Cance e Jafar Junior estavam na Capital e foram levados para a PF nas primeiras horas da manhã. Cavalli foi encontrado por policiais federais em uma fazenda no município de Bonito, apontado como sendo "laranja" do ex-governador André Puccinelli em crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

Além disso, durante o início da manhã, a polícia encontrou munições na casa do Proprietário da H2L Soluções, Rodolfo Holsback. Ele foi detido e está prestando depoimento na sede da Polícia Federal nessa manhã.

Também há nove mandados de condução coercitiva, 32 de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.

No interior, mandados foram cumpridos na sede da Eldorado Brasil em Três Lagoas e também nas cidades de Porto Murtinho e Nioaque. Policiais também vasculharam empresas em São Paulo e Curitiba.

* texto editado às 16h20 para correção de informação

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