Quase 200 candidatos dizem ter "zero patrimônio"

Dos 588 candidatos que disputam algum cargo em Mato Grosso do Sul nestas eleições, 195 declararam à Justiça Eleitoral não ter nada de patrimônio, conforme levantamento feito pelo Campo Grande News com base nos dados do DivulgaCand.

Entre os que vislumbram uma das 24 cadeiras da Assembleia Legislativa, alguns dizem até ter alguma coisa na conta, mas são valores irrisórios. Dois aparecem com menos de R$ 50. A sargento Gleice Kelly (União Brasil) declarou só R$ 13,60 e o pastor Mauro Ortiz (União Brasil) apenas R$ 48,88.

Para quem garante não ter acumulado bens, estão em jogo salários que podem mudar a vida de quem ganhar nas urnas. A remuneração gorda é de R$ 25.322,25 para deputado estadual e de R$ 33.763,00 para deputado federal.

Gleice Kelly afirmou que é militar na reserva e o que consta na declaração é sua realidade financeira. "Estou fazendo campanha com materiais que o partido está custeando. Tenho só meu soldo mensal", apontou.

O pastor Mauro Ortize e outros candidatos também foram procurados pela reportagem, mas não responderam até a publicação.

Os milionários - Mas há também os candidatos muito bem abonados. No caso dos que disputam vaga na Assembleia Legislativa pela primeira vez, Iara Diniz Contar (PRTB) é a mais rica. Esposa do candidato ao governo de Mato Grosso do Sul, Renan Contar (PRTB), a dona de agência de publicidade tem patrimônio de R$ 12,6 milhões, contra R$ 583 mil do marido.

Na disputa por uma das oito vagas da Câmara Federal, os 4 recordistas em patrimônio nunca tiveram cargo eletivo. Proprietário de faculdades de Medicina na fronteira, Carlos Bernardo (MDB) declarou R$ 9,1 milhões. O fazendeiro Rodolfo Nogueira (PL) acumulou fortuna de R$ 7,7 milhões. O ex-promotor Sérgio Harfouche (Avante) é o terceiro nesse ranking, com R$ 6,4 milhões.

As informações sobre candidatos de todo o Brasil estão disponíveis na página DivulgaCand 2022, na qual ficam os registros de candidatura de todos os que postulam algum cargo nesta eleição.