Quinta Gospel pode ficar mais abrangente e mudar de nome e dia
A conversão da Quinta Gospel em evento cultural pode não apenas se restringir ao nome, mas também ao dia de realização das ações financiadas pela Fundac (Fundação Municipal de Cultura). Com resistências pela frente, projeto em tramitação na Câmara Municipal de Campo Grande pode ainda sofrer alterações para ser aprovado.
Eduardo Romero (PT do B), que propôs a criação da “Quinta Cultural”, admite que o objetivo da nova lei é abrir espaço para outras manifestações culturais. O parlamentar sustenta a defesa do projeto em parecer do MPE (Ministério Público Estadual) que julgou inconstitucional a Lei Municipal nº 5092/12, que instituiu a Quinta Gospel.
No ofício, assinado pela promotora Jaceguara Dantas, o MPE pontua que o modelo atual do evento agride a honra e dignidade de outros grupos religiosos, devendo a lei ser revogada pelo Legislativo.
“O mais importante não é o dia, mas que os investimentos para o setor cultural atendam todas as manifestações. Pode ser que nem caia na quinta. Que seja um sábado”, explicou Romero, prevendo emendas em seu projeto.
Integrante da bancada evangélica, Gilmar da Cruz (PRB) entende não haver necessidade de disputa da quinta-feira anterior a Noite da Seresta. “Minha posição pessoal é que não fizesse na quinta-feira, mas em um sábado ou quarta-feira para que não haja disputa do dia. Farei meu questionamento [sobre a alteração] por questão de respeito”, ressaltou.
Já Elizeu Dionizio (SD) deixa claro que se depender de seu voto o projeto de Romero não passa, caso transforme o evento cristão em cultural. Isso porque, de acordo com o vereador, todas as medidas para a legalização da Quinta Gospel foram tomadas como, por exemplo, estabelecer a música gospel como expressão de cultura.
“Vou lutar para que o direito do cristão seja respeitado em Campo Grande. O estou vendo agora é uma perseguição. Por que nas outras gestões não vieram solicitar para que outras religiões pudessem tocar na Quinta Gospel, só nessa? Porque temos prefeito pastor e secretaria evangélica. A perseguição é com os evangélicos”, acrescentou Elizeu.
Mesmo que os posicionamentos sejam claros, a proposta de Romero ainda deve tramitar nos próximos 60 dias entre a Procuradoria Jurídica e Comissões Permanentes, antes de ir ao Plenário para votação.