Reclamações sobre ônibus e acessibilidade tomam conta na Câmara
Vereadores votarão na terça-feira (25) projeto de revisão do Plano Diretor de Transporte e Mobilidade
Representantes da população aproveitaram a audiência pública sobre a revisão do PDTMU (Plano Diretor de Transporte e Mobilidade Urbana de Campo), na Câmara Municipal, para apontar diversos problemas da cidade como falta de acessibilidade nas ruas e a situação dos transporte público, na manhã desta segunda-feira (24). No caso da acessibilidade, a meta é de médio prazo e prevê início dos investimentos a partir de 2026, ou seja, daqui a um ano e meio.
A revisão do plano e a regulamentação da aplicação da Política Municipal de Mobilidade e Acessibilidade Urbana estão previstas no Projeto de Lei nº 11.332/24, que está na pauta de votação do parlamentares de terça-feira (25). A audiência para dar uma última chance de participação popular foi proposta pelo vereador André Luiz Soares da Fonseca, o “Prof. André” (PRD), que é presidente da Comissão Permanente de Mobilidade Urbana.
Cadeirante há 3 anos, a aposentada Terezinha de Jesus Garcia Ferreira, de 76 aos, reclamou da falta de rampas e outras adequações necessárias por toda a cidade. Ela relatou que atrasou-se em quase uma hora para chegar à audiência justamente em função dos problemas enfrentados pelo caminho.
O plano prevê como política, investimentos entre 2026 e 2031, para garantir que todas as intervenções nos diversos componentes do sistema de mobilidade de Campo Grande incorporem os conceitos de acessibilidade universal. “Vi que a meta para a acessibilidade está em médio prazo no projeto, mas essa é uma questão urgente”, disse Terezinha.
A fiscalização também foi apontada como desafio para a concretização das metas do projeto. A integrante dos Coletivos Linha Popular e Bici nos Planos Luana Corrêa acredita que, na prática, a cidade não funciona totalmente como consta no diagnóstico apresentado pela Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), por falta de fiscalização e manutenção dos recursos que a Capital já tem.
“O nosso transporte público é ineficiente, ele não atinge a todos, tem lá normas e regulamentações, mas não é concluído, então quem fiscaliza isso, teria que cumprir, atingir a todos os bairros. No meu bairro, por exemplo, eu moro no Jardim Presente, na Mata do Segredo, os horários são poucos de ônibus”, disse Luana.
O diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Paulo da Silva, rebateu as falas de que os terminais estariam abandonados e destacou que deve haver campanhas de conscientização para evitar a depredação.
“Nós assumimos a Agetran, tinha já projetado reforma de cinco terminais, se bem me recordo. Nós lançamos a obra e a do Terminal Rodrigo Castillo já está na reta final, quase mais um mês nós vamos entregar ele já pronto. O Terminal General Osório também está meio adiantado e os outros três terminais ainda estão em arredamento. Nós estamos visitando as obras, acompanhando isso de perto para melhorar”, argumentou Paulo.
A diretora-adjunta da Planurb, Vera Cristina Galvão Bacchi, explicou que o plano de revisão foi realizado em 2021 e 2022. Ela pontuou que todas as etapas do estudo envolveram a participação e a comunicação social, antes da exposição do trabalho que norteou o projeto.
O texto do projeto para revisão do plano surgiu depois de estudos coordenados pela Planurb, que incluíram diagnóstico, prognóstico, metas, estratégias e uma minuta para decreto, todas etapas já concluídas. Agora, o projeto passará pela votação entre os 29 vereadores.
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