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Política

Reinaldo defende que CPI fique restrita a denúncia contra Marquinhos

Acusado de ser funcionário sem trabalhar, Marquinhos Trad pediu apuração para investigar Assembleia

Mayara Bueno e Leonardo Rocha | 19/10/2016 11:11
Governador de MS, Reinaldo Azambuja (PSDB), durante agenda nesta quarta-feira (19). (Foto: Marcos Ermínio).
Governador de MS, Reinaldo Azambuja (PSDB), durante agenda nesta quarta-feira (19). (Foto: Marcos Ermínio).

“CPI tem de ter fato determinado”, respondeu o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), quando questionado nesta quarta-feira (19) sobre a possibilidade de investigação sobre nepotismo e funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa.

Candidato a prefeito de Campo Grande, o deputado estadual Marquinhos Trad (PSD) é o autor do pedido na casa de leis. A questão surgiu da campanha no primeiro turno, quando o próprio Marquinhos foi acusado de receber sem trabalhar no Poder Legislativo.

“A denúncia foi contra ele, que foi nomeado no gabinete de seu pai, em 1986, quando ele estudava no Rio de Janeiro", lembrou. Para Reinaldo, de duas, uma: ou o parlamentar era “funcionário fantasma ou estudante fantasma”. “Esta é a discussão”, pontua o governador.

A proposta da CPI é investigar ocorrência de funcionários fantasmas na Assembleia entre 1986 e 2016, além de nepotismo cruzado com Câmara Municipal de Campo Grande, TCE/MS (Tribunal de Contas do Estado) e TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Incluído por ter sido deputado estadual de 2007 a 2010, Reinaldo afirma que já pediu para o presidente da casa de leis, Junior Mochi (PMDB), entregar sua relação de servidores, na época. “Dos meus funcionários, pode entregar a lista. Inclusive já pedi e espero que os outros deputados façam a mesma coisa”.

No momento, o pedido de abertura está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Assembleia, que poderá fazer um parecer sobre a aceitação ou não da investigação. Para uma CPI ser aberta, é necessário o preenchimento de três critérios: quantidade de assinaturas, fato determinado e período de apuração estipulado.

O deputado foi procurado pela reportagem e afirmou que tem certidão da própria Assembleia Legislativa, confirmando que ele trabalhou na casa de leis. Marquinhos também disse que tem a seu favor duas decisões judiciais, a respeito de denúncias que chegaram no MPE-MS (Ministério Público Estadual), em 2007 e 2010. Ambas o inocentam da acusação de ter recebido sem trabalhar, afirma.

Quanto a exercer as obrigações na casa de leis, na Capital, mas ao mesmo tempo estudar Direito, no Rio de Janeiro (RJ), o parlamentar disse que adiantou algumas matérias da grade e conseguiu cumprir os estudos ainda em 1986, mesmo ano que foi nomeado na Assembleia. Portanto, atuou como servidor e estudante.

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