Saúde polariza 1º debate entre candidatos a prefeito da Capital
No primeiro debate que os sete candidatos a prefeito de campo Grande enfrentaram nas eleições de 2012, transmitido pela TV Imaculada Conceição nesta segunda-feira, a saúde foi o ponto mais abordado. E o argumento mais ouvido foi que o setor sofre por falta de gestão e não por escasssez de recursos.
O candidato Marcelo Bluma, do PV, sugeriu iniciativas que façam a população de Campo Grande ser “saudável” com medidas preventivas e tratar a questão do que ele chama de "maneira sistêmica": diminuindo a violência e acidentes de transito para esvaziar os leitos de hospitais.
Reinaldo Azambuja, do PSDB, defendeu que a Prefeitura invista na contratação de profissionais e não na construção de prédios. “Vamos fazer com que a marcação de consultas sejam feitas por telefone ou pela internet”, acrescentou
Alcides Bernal, do PP, assegurou que a Prefeitura tem verba de sobra para investimentos. “E mesmo assim a Saúde está à base de dipirona e diclofenaco”.
Suél Ferranti, do PSTU, preferiu atacar a história de prefeitos da Capital. “O prefeito é médico, o presidente da Câmara Municipal é médico. E agora um engenheiro vai resolver”, disparou, mencionando o candidato do PMDB, Edson Giroto, além de afirmar que os servidores da Saúde no município não contam com um plano de cargos e carreiras.
Vander Loubet, do PT, pregou que a Santa Casa seja devolvida à Associação Beneficente de Campo Grande, bem como a criação de um Pronto Socorro Municipal e policlínicas para atendimento a pacientes da terceira idade.
Sidney Melo, do PSOL, pediu “respeito” no setor na Capital e sugeriu a criação de um hospital municipal. “O recado é claro: falta gestão mesmo. E o servidor está abandonado”.
E o candidato do PMDB, Edson Giroto, acabou não tendo oportunidade direta de falar sobre o tema, por conta do sorteio de assuntos e ordem de perguntas, mas também adotou a linha de priorizar as melhorias no atendimento.
Ataques - Mesmo com a saúde no centro das atenções, temas como assistência social, transporte coletivo, trânsito, videomonitoramento, habitação, lixão, escolas em tempo integral e carga tributária também foram alvos dos concorrentes. Entre réplicas e tréplicas, os ataques, embora pouco incisivos, estiveram no ar.
Sidney interpelou Reinaldo Azambuja para saber qual é o diferencial de sua candidatura, já que o tucano foi aliado histórico do PMDB.
Alvo de ataques vindo de todos os lados, Giroto se esquivou e preferiu dizer que “falar e criticar é muito fácil. Nós fazemos”.
Bluma soltou que “pouco da educação de qualidade em Campo Grande é lenda”.
Bernal cutucou o candidato do PSDB para dizer que não há como comparar o fato do peesedebista ter administrado Maracaju, como base em conduzir “uma cidade de 800 mil habitantes”.
Enquanto a segurança era tema da discussão, Suél Ferranti escolheu o caminho da sinceridade: “Segurança Pública não é responsabilidade do município”.
Armas - Diante do eleitor pela primeira vez, os candidatos escolheram suas armas para tentar levar a melhor.
Azambuja enfatizou o fato de ser natural de Campo Grande e ter sido prefeito de Maracaju por oito anos e prometeu transparência na adminsitração.
Loubet destacou o quadro de pulverização na disputa com sete candidatos e se escorou na relação com governo Dilma Rousseff e os ministros do PT para trazer mais recursos, caso seja eleito.
Ressaltando as origens humildes, Alcides Bernal disse que tem sido vítima de constantes ataques, mas que sua candidatura veio “para dar vez e voz” ao povo.
O professor Sidney Melo e Suél Ferranti enalteceram o fato de serem representantes dos movimentos sociais.
Marcelo Bluma frisou a importância da alternância no poder, afirmou que deseja planejar a cidade para o futuro, além do fato de ter escolhido uma vice (Fernanda Fialho). “A Prefeitura precisa da sensibilidade feminina”.
E Edson Giroto seguiu a linha de que vai mudar o que for preciso e manter o que estiver bom. “Sem promessas e com muita responsabilidade”, disse, citando como foco de seu programa o recapeamento da cidade, saúde e educação. “Deixo de lado as mentiras e acusações”, completou, sobre a campanha.
Sistema - Definido por sorteios para perguntas e dividido em quatro blocos, o debate, realizado na sede da Anoreg na Capital, teve aproximadamente 2h30 de duração.
No primeiro bloco os candidatos fizeram perguntas entre si com temas pré-definidos em sorteio. No segundo, tornaram a se questionar, no entanto, com temas livres. No terceiro responderam a perguntas de jornalistas presentes na plateia e, no quarto, fizeram suas considerações finais.