Sem empresas, partidos são os principais doadores de candidatos
Concorrentes ao Parque dos Poderes somam R$ 6,92 milhões em doações, 97% do total foram doados por partidos políticos
Em uma campanha eleitoral sem a presença de colaborações de empresas, historicamente as principais apoiadores de projetos eleitorais, os partidos políticos tomaram a frente como principais financiadores dos candidatos majoritários em Mato Grosso do Sul. Apenas os concorrentes ao governo do Estado relataram, juntos, doações de R$ 6,92 milhões. Deste total, R$ 6,74 milhões saíram dos diretórios nacionais ou regionais dos partidos –o equivalente a 97% do total.
Os dados constavam no sistema do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) até a tarde desta sexta-feira (14), um dia antes do prazo para a Justiça Eleitoral realizar a divulgação da prestação de contas parcial dos candidatos do início da campanha, em 16 de agosto, até 8 de setembro.
Os recursos advindos de partidos são, em grande maioria, abastecidos por verbas do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral –criado em 2017 para subsidiar a disputa deste ano. Juntos, os valores superam R$ 2 bilhões a serem divididos por todo o país.
Do total de doações, quase metade foram destinadas ao candidato Junior Mochi. Os R$ 3,76 milhões declarados são oriundas de duas fontes: o Diretório Nacional (R$ 2 milhões) e o Estadual (R$ 1,76 milhões). Do total, R$ 1,013 milhão já foram declaradas como despesas de campanha –com R$ 993,3 mil já pagos.
Mochi informou gastos de R$ 500 mil com a campanha eleitoral e R$ 157 mil em recursos repassados a outros candidatos. Além disso, R$ 140 mil foram usados em pesquisas ou testes eleitorais.
Segundo – Odilon de Oliveira (PDT) aparece em segundo lugar no total de doações. O pedetista declarou receitas de R$ 1.551.328, sendo R$ 1,5 milhão do Diretório Nacional do PDT e R$ 8 mil da direção estadual do partido.Já os gastos declarados (incluindo os que ainda serão quitados) totalizam R$ 1,66 milhão –R$ 915,6 mil já pagos.
Dos gastos de Odilon, R$ 496,6 mil foram para serviços terceirizados, e R$ 410 mil com programas de rádio e TV ou vídeos. O candidato também informou despesas de R$ 327,3 mil com adesivos e R$ 290 mil em doações a outros candidatos e partidos.
Já o governador e candidato à reeleição Reinaldo Azambuja (PSDB) recebeu R$ 1 milhão do Diretório Nacional do partido, dos R$ 1.131.500 relatados como receitas até aqui –R$ 120 mil vieram de pessoas físicas e R$ 11,5 mil de integrantes de sua chapa. As despesas do tucano chegam a R$ 2,3 milhões, sendo R$ 257 mil já pagas.
Reinaldo informou despesas de R$ 650 mil com a propaganda eleitoral no rádio, TV ou vídeo. Os demais gastos incluem serviços terceirizados (R$ 280 mil), impressos (R$ 221,8 mil) e adesivos (R$ 215,7 mil).
A campanha de Humberto Amaducci (PT) totalizou pouco mais de R$ 390 mil em arrecadação, sendo R$ 382,5 mil em recursos do Diretório Nacional petista e R$ 4 mil do comando estadual. Já os gastos chegam a R$ 394,7 mil, dos quais R$ 70,1 mil já foram pagos.
O candidato petista tem os maiores gastos na propaganda de rádio e TV e produção de vídeos (R$ 300 mil). Serviços terceirizados (R$ 40 mil) e produção de adesivos (R$ 34,4 mil) também aparecem entre os principais gastos.
Impulsionamento – Marcelo Bluma (PV), por sua vez, informou receitas de R$ 95 mil, totalmente vindas do Diretório Regional do Partido Verde. O candidato relatou que todos os seus gastos, de R$ 73,7 mil, já foram pagos.
O detalhamento de suas despesas mostra o perfil online da campanha: foram gastos R$ 50 mil apenas com o impulsionamento de conteúdos em redes sociais –novidade liberada pela Justiça Eleitoral para a campanha deste ano. Bluma ainda informou gastos de R$ 14,8 mil com pessoal e de R$ 4,9 mil com impressos.
O candidato do Psol, João Alfredo, não informou receitas ou despesas no sistema de divulgação de candidaturas do TRE-MS.