Semy contesta Nelsinho e diz que só sete obras estão paralisadas na Capital
Rebatendo informações do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB), o secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Semy Ferraz, garantiu esta tarde que estão paralisadas atualmente apenas sete das 28 obras que estariam em andamento até o final da gestão passada. Segundo Semy, algumas obras listadas por Nelsinho sequer foram iniciadas na gestão dele, sendo da cota do prefeito Alcides Bernal (PP).
A UBS (Unidade Básicas de Saúde) do Cristo Redentor não teria sido iniciada em razão o local escolhido ser sobre um lixão, estando em curso uma nova licitação. Também sequer um tijolo teria sido erguido quanto à implantação da UBS do bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo, onde também houve contestação de moradores já que no local tinham construído uma praça. Alegando irregularidades, Semy aponta que estariam paralisadas obras do Parati, onde ocorreu última medição e estaria em vias de cancelamento, e do Aero Rancho, com contrato já cancelado. Quanto a essas UBS dos bairros Parati e Aero Rancho a inexecução teria decorrido da contratação, por Nelsinho Trad, de “empresa sem capacidade de execução”. Segundo ele, serão realizadas novas licitações.
“No caso do Jardim das Perdizes estamos renegociando com a Caixa Econômica Federal, que não quis pagar alguns serviços. Essa obra está parada desde maio do ano passado. Tem também um Ceinf na Vila Nogueira, que está parada porque estamos negociando retirada de famílias que invadiram o local. Mas essa obra também não começou na época do Nelsinho e nós demos agora ordem de serviço”, afirmou o titular da Seintha.
O secretário Semy Ferraz admite ainda que estão paralisadas as obras da Escola do Varandas do Campo, da Homex, que foi projetada para atender conjunto, que teve apenas parte da obra concluída, sendo abandonada, motivo que levou a prefeitura a adiar o empreendimento escolar.
Empenhos cancelados - Algumas das 28 obras tiveram de esperar novos empenhos para serem executadas, pois, segundo Semy, o ex-prefeito Nelsinho Trad promoveu cancelamentos no final do ano passado. “Chegou em dezembro, ele cancelou o empenho das obras para fechar o balanço bonitinho”, declarou o secretário.
Outro problema que teria gerado o atraso na retomada de obras não concluídas na gestão passada seria projetos de construção dos Ceinfs sem itens indispensáveis. “Não estavam com contrapiso, vidro para janela e parte do piso. Tivemos que reprogramar. Como empresa faz e tem de receber, eles tinham glosado alguns valores”, apontou ele. “Já pensou Ceinf sem vidro nas janelas?”, indagou Semy.
Questionado se essa situação ocorreu em apenas alguns dos 19 Ceinfs que ficaram por ser construídos ou concluídos, Semy respondeu que a deficiência foi generalizada. “Na planilha licitada não tinha para nenhum deles. E faltava também a parte elétrica”, declarou o secretário. Dos 19 novos Ceinfs, só dois estão prontos até agora, o do Vida Nova II e do Oiti, atrás do Conjunto Maria Aparecida Pedrossian.
Recapeamento - Ferraz negou ainda que Nelsinho teria deixado o recapeamento da Av. das Bandeiras em andamento. “Nós fizemos com recurso próprio. Nelsinho tinha deixado licitado para a Propeco, que é do ex-cunhado dele. Nós cancelamos o contrato e fizemos com recursos próprios de R$ 2,7 milhões”, afirmou o chefe da Seintrha.
A Propeco também teria ganho uma licitação de R$ 12 milhões para recapeamento do quadrilátero central da Capital, que abrange vias importantes (Dom Aquino, Rui Barbosa, Barão do Rio Branco, Maracaju) entre a Rua 25 de Dezembro, Av. Afonso Pena e Av. Mato Grosso. Esse certame também teria sido anulado.
Todas essas ocorrências, segundo Semy, já foram informadas ao titular da 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da comarca de Campo Grande, Henrique Cândia, em fevereiro, logo após Nelsinho fazer a denuncia. Hoje foi publicado no Diário Oficial do Ministério Público Estadual a abertura do inquérito civil nº 18/2013.