Servidores prometem “vigília” para garantir diálogo sobre reformas
Fórum dos funcionários quer discussão das propostas antes da votação
Representando 43 mil funcionários, o Fórum dos Servidores Estaduais promete uma espécie de “vigília” na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O objetivo é tentar garantir diálogo com o governo estadual a respeito das reformas administrativa, do teto e da previdência, que devem chegar à casa de leis nos próximos dias.
A ideia deles é comparecerem em todas as sessões, a exemplo do que ocorre nesta quarta-feira (15), para que os projetos de reformas não entrem em regime de urgência e sejam aprovados até o fim do mês sem o diálogo com as categorias.
Segundo André Santiago, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários e um dos coordenadores do Fórum, o objetivo é poder rever alguns pontos, debatê-los, além de sugerir mudanças e adequações nos projetos.
O grupo pediu também uma pesquisa, por parte do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), para levantar a situação financeira do Estado. A ideia é confrontar os dados apresentados pelo governo e os da pesquisa, para saber se os números são reais.
Representando o Sindicato dos Servidores em Saúde, Ricardo Bueno quer uma “discussão justa” com os sindicatos, já que as reformas vão interferir na atividade dos servidores. “Queremos saber quantos comissionados serão demitidos, quais secretarias e estruturas que serão extintas e fundidas”, afirma, além de entender o déficit na Previdência e saber se ocorreu alguma irregularidade.
O Fórum representa 43 mil servidores estaduais de um universo de quase 70 mil em MS. Até então, as reformas ainda não chegaram na Assembleia. Segundo informou anteriormente o secretário de Governo, Eduardo Riedel, o governo deve entregar as propostas administrativa e sobre o teto de gastos amanhã.
Corte de gastos - No início do ano, durante a abertura dos trabalhos legislativos, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) pediu apoio aos deputados, para estas reformas, que segundo ele, são essenciais ao Estado.
A intenção do governo estadual é reduzir custos e despesas, para adequar o Estado para a realidade da economia nacional, que ainda aponta números negativos para 2017. Azambuja explicou que vai "diminuir o tamanho do Estado", para equilibrar as contas públicas.
Já o projeto que cria um teto e limita os gastos públicos, deve seguir nos mesmos moldes da proposta do presidente Michel Temer (PMDB), aprovada no ano passado, que tem a intenção de conter as despesas dos poderes, prevendo o aumento dos investimentos nos setores, apenas de acordo com a reposição da inflação.