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Política

Sistema criado em MS é aprovado por presidentes de Tribunais de Contas

E-Extrator permite “minerar” informações em bancos de dados dos órgãos fiscalizados e ganhou elogios de representantes de outras Cortes de Contas

Humberto Marques | 01/09/2018 13:30
Conselheiro Waldir Neves (em pé) convidou representantes de outros TCEs para conhecer detalhes do E-Extrator. (Foto: TCE/Divulgação)
Conselheiro Waldir Neves (em pé) convidou representantes de outros TCEs para conhecer detalhes do E-Extrator. (Foto: TCE/Divulgação)

O E-Extrator, ferramenta criada por técnicos do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) para otimizar o controle sobre finanças públicas de órgãos sob sua fiscalização, obteve elogios de dirigentes e gestores de outras Cortes de Contas estaduais e municipais que, nesta semana, estiveram em Campo Grande para conhecer o sistema. A avaliação foi de que a ferramenta de tecnologia da informação e inteligência artificial dá mais efetividade no trabalho de análise.

Os representantes de TCs vieram ao Estado na quinta-feira (31), atendendo a convite do presidente do tribunal sul-mato-grossense, o conselheiro Waldir Neves, participando de reunião na sede da Escola de Controle Externo na presença de outros integrantes e técnicos da Corte onde puderam conhecer detalhes sobre o E-Extrator.

“Ficamos muito satisfeitos porque vemos que aqui no Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul existe uma preocupação com a efetividade na fiscalização e orientação aos gestores públicos. Isso traz um exemplo para todo o Brasil”, afirmou o conselheiro Severiano José Costa de Aguiar, presidente do TCE de Tocantins.

Kennedy Trindade, presidente do TCE-GO, considerou o E-Extrator uma ferramenta “de extrema relevância”. “Saímos daqui hoje com a certeza de que, daqui para frente, vamos construir uma parceria, pois o exemplo do TCE-MS tem sido referência para o Tribunal de Contas de Goiás e para todos os demais tribunais do país”, disse o conselheiro goiano.

Conselheiro Kennedy Trindade, do TCE-GO, pretende instituir parceria com a Corte de Contas de MS. (Foto: TCE/Divulgação)
Conselheiro Kennedy Trindade, do TCE-GO, pretende instituir parceria com a Corte de Contas de MS. (Foto: TCE/Divulgação)

O conselheiro José Durval Mattos do Amaral, presidente do TCE paranaense, destacou que o E-Extrator servirá de exemplo no Estado vizinho. “Nossos técnicos, em contato com os técnicos daqui do TCE-MS, poderão disseminar uma experiência fantástica no conhecimento dessa ferramenta, trazendo resultados positivos no combate à corrupção, na prevenção e no acompanhamento em tempo real das despesas públicas e na aplicação de recursos públicos”.

Da mesma forma, Carlos Pontes de Lima, presidente do Tribunal de Contas do Ceará, “informação é poder”. “A informação sistematizada e que permite fazer uma série de análises, como é o caso do E-Extrator, realmente coloca os tribunais com um controle muito mais eficaz e este é o desejo de todos nós”. E o conselheiro Antônio Jales, do TCE-RN, avaliou que o sistema será referência para outras Cortes de Contas buscarem a modernização e tecnologia meios de deixar auditorias mais consistentes. Técnicos dos Tribunais de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rondônia, Ceará e Goiás também puderam conhecer o sistema.

Como funciona – Waldir Neves lembrou que o E-Extrator já foi destaque no Congresso Internacional de Controle e Políticas Públicas, realizado em outubro de 2017 em Curitiba (PR), chamando a atenção de pesquisadores de outros países e recebendo espaço no Congresso de Cibernética e Informática nos EUA.

“O E-Extrator é uma contribuição do nosso Tribunal de Contas no combate à corrupção. E nossa equipe, muito bem preparada, tem realmente apresentado resultados, demonstrando que o controle deve ir além da análise de prestação de gastos e deve avaliar a qualidade da gestão. Esse é o nosso grande desafio, proporcionar para a sociedade informações verídicas que possa contribuir com as análises para que os gestores vejam onde estão errando para melhorar sua administração”.

Avedikian explicou que sistema pode buscar informações em outros bancos de dados, como da Receita Federal e do TCU. (Foto: TCE/Divulgação)
Avedikian explicou que sistema pode buscar informações em outros bancos de dados, como da Receita Federal e do TCU. (Foto: TCE/Divulgação)

A ferramenta extrai dados do órgão jurisdicionado –prefeituras, governos, Câmaras Municipais e outros órgãos– mesmo que não sejam enviadas informações ao Tribunal de Contas, a partir do banco de dados. Após a “mineração”, o conteúdo é analisado pela inteligência artificial, lançado em uma matriz de risco e, finalmente, convertidos em indicadores para análise e posterior tomada de decisões.

A intenção é aumentar a efetividade das ações, sendo adotada pela atual gestão do TCE de forma a conferir segurança e dar mais agilidade e transparência no processo de controle da aplicação de recursos públicos.

Diretor de Gestão e Modernização do TCE-MS, Douglas Avedikian reforçou que a ferramenta eletrônica é capaz de buscar informações também outros bancos de dados –como notas fiscais, Receita Federal e TCU. “Na prática, funciona como uma supervisão, em que o Tribunal de Contas passa a enxergar com brevidade todas as transações que estão sendo feitas com o dinheiro público e quando qualquer tipo de irregularidade é detectada, logo em seguida, esta é apresentada no painel do auditor de controle externo do TCE”, ressaltou.

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