Sistema criado em MS é aprovado por presidentes de Tribunais de Contas
E-Extrator permite “minerar” informações em bancos de dados dos órgãos fiscalizados e ganhou elogios de representantes de outras Cortes de Contas
O E-Extrator, ferramenta criada por técnicos do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) para otimizar o controle sobre finanças públicas de órgãos sob sua fiscalização, obteve elogios de dirigentes e gestores de outras Cortes de Contas estaduais e municipais que, nesta semana, estiveram em Campo Grande para conhecer o sistema. A avaliação foi de que a ferramenta de tecnologia da informação e inteligência artificial dá mais efetividade no trabalho de análise.
Os representantes de TCs vieram ao Estado na quinta-feira (31), atendendo a convite do presidente do tribunal sul-mato-grossense, o conselheiro Waldir Neves, participando de reunião na sede da Escola de Controle Externo na presença de outros integrantes e técnicos da Corte onde puderam conhecer detalhes sobre o E-Extrator.
“Ficamos muito satisfeitos porque vemos que aqui no Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul existe uma preocupação com a efetividade na fiscalização e orientação aos gestores públicos. Isso traz um exemplo para todo o Brasil”, afirmou o conselheiro Severiano José Costa de Aguiar, presidente do TCE de Tocantins.
Kennedy Trindade, presidente do TCE-GO, considerou o E-Extrator uma ferramenta “de extrema relevância”. “Saímos daqui hoje com a certeza de que, daqui para frente, vamos construir uma parceria, pois o exemplo do TCE-MS tem sido referência para o Tribunal de Contas de Goiás e para todos os demais tribunais do país”, disse o conselheiro goiano.
O conselheiro José Durval Mattos do Amaral, presidente do TCE paranaense, destacou que o E-Extrator servirá de exemplo no Estado vizinho. “Nossos técnicos, em contato com os técnicos daqui do TCE-MS, poderão disseminar uma experiência fantástica no conhecimento dessa ferramenta, trazendo resultados positivos no combate à corrupção, na prevenção e no acompanhamento em tempo real das despesas públicas e na aplicação de recursos públicos”.
Da mesma forma, Carlos Pontes de Lima, presidente do Tribunal de Contas do Ceará, “informação é poder”. “A informação sistematizada e que permite fazer uma série de análises, como é o caso do E-Extrator, realmente coloca os tribunais com um controle muito mais eficaz e este é o desejo de todos nós”. E o conselheiro Antônio Jales, do TCE-RN, avaliou que o sistema será referência para outras Cortes de Contas buscarem a modernização e tecnologia meios de deixar auditorias mais consistentes. Técnicos dos Tribunais de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rondônia, Ceará e Goiás também puderam conhecer o sistema.
Como funciona – Waldir Neves lembrou que o E-Extrator já foi destaque no Congresso Internacional de Controle e Políticas Públicas, realizado em outubro de 2017 em Curitiba (PR), chamando a atenção de pesquisadores de outros países e recebendo espaço no Congresso de Cibernética e Informática nos EUA.
“O E-Extrator é uma contribuição do nosso Tribunal de Contas no combate à corrupção. E nossa equipe, muito bem preparada, tem realmente apresentado resultados, demonstrando que o controle deve ir além da análise de prestação de gastos e deve avaliar a qualidade da gestão. Esse é o nosso grande desafio, proporcionar para a sociedade informações verídicas que possa contribuir com as análises para que os gestores vejam onde estão errando para melhorar sua administração”.
A ferramenta extrai dados do órgão jurisdicionado –prefeituras, governos, Câmaras Municipais e outros órgãos– mesmo que não sejam enviadas informações ao Tribunal de Contas, a partir do banco de dados. Após a “mineração”, o conteúdo é analisado pela inteligência artificial, lançado em uma matriz de risco e, finalmente, convertidos em indicadores para análise e posterior tomada de decisões.
A intenção é aumentar a efetividade das ações, sendo adotada pela atual gestão do TCE de forma a conferir segurança e dar mais agilidade e transparência no processo de controle da aplicação de recursos públicos.
Diretor de Gestão e Modernização do TCE-MS, Douglas Avedikian reforçou que a ferramenta eletrônica é capaz de buscar informações também outros bancos de dados –como notas fiscais, Receita Federal e TCU. “Na prática, funciona como uma supervisão, em que o Tribunal de Contas passa a enxergar com brevidade todas as transações que estão sendo feitas com o dinheiro público e quando qualquer tipo de irregularidade é detectada, logo em seguida, esta é apresentada no painel do auditor de controle externo do TCE”, ressaltou.