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Política

Soraya nega “racha” e garante que União Brasil está de portas abertas a todos

Única questão basilar no “novo” partido é a proibição de alinhamento com o PT

Jhefferson Gamarra | 21/02/2022 15:50
Senadora sul-mato-grossense vai comandar o União Brasil no Estado. (Foto: Arquivo/Kísie Ainoã)
Senadora sul-mato-grossense vai comandar o União Brasil no Estado. (Foto: Arquivo/Kísie Ainoã)

Apesar de “nascer” com muita musculatura, o “União Brasil", partido formado a partir da fusão entre PSL e DEM, já enfrenta divergências locais e deve perder parte deste protagonismo com a saída de alguns parlamentares bolsonaristas, contrários à junção das siglas e ao anúncio da deputada federal Rose Modesto como candidata ao governo do Estado nas eleições deste ano.

Em entrevista ao Campo Grande News, a senadora Soraya Thronicke, que vai comandar e preparar a legenda para o pleito em Mato Grosso do Sul, garantiu que a escolha do nome de Rose Modesto para a disputa do governo foi tomada em conjunto com líderes nacionais do PSL e DEM e teve o aval do presidente nacional do partido Luciano Bivar.

“Tentaram me imputar a pecha de mandona, de não ter consultado o DEM, porém antes sequer de falar em fusão, eu e o Bivar convidamos a Rose para o PSL. Quando veio a fusão, fizemos o compromisso e o Bivar impôs alguns pontos, entre eles, é de que não abriria mão de ter a Rose como candidata ao governo de Mato Grosso do Sul e o DEM nacional aceitou. Portanto, a decisão não foi só minha”, explicou a senadora.

Evento de lançamento do União Brasil, oriundo da fusão entre PSL e DEM. (Foto: Reprodução)
Evento de lançamento do União Brasil, oriundo da fusão entre PSL e DEM. (Foto: Reprodução)

O União Brasil, que levará o número 44 nas urnas, foi lançado oficialmente em outubro de 2021, em evento que contou com a presença do o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) e a ministra da Agricultura Tereza Cristina (DEM). Porém, esses dois nomes de Mato Grosso do Sul não devem permanecer no partido até as eleições de outubro.

A ministra Tereza Cristina, cotada, em Brasília, para ser a vice na chapa da reeleição do presidente Jair Bolsonaro, vai assumir, em Mato Grosso do Sul, o controle do PP (Progressistas). Podendo, inclusive, ser candidata ao Senado na chapa do pré-candidato ao governo Eduardo Riedel (PSDB).

Luiz Henrique Mandetta segue disposto a concorrer como o candidato do União Brasil à presidência em 2022 e que poderia, inclusive, tentar o retorno ao Legislativo federal. O ex-ministro também não descarta deixar o partido, caso não haja uma definição dos rumos ainda em fevereiro.

Na Câmara Federal, o deputado Loester Trutis (PSL) anunciou que não vai permanecer no novo partido, mas ainda não definiu seu futuro. Seu companheiro de sigla deputado Luiz Ovando, que tentou até o último minuto criar o partido bolsonarista “Aliança pelo Brasil”, conversa com outros partidos e deve seguir com legenda que apoie o presidente Jair Bolsonaro.

Entre os deputados estaduais, os bolsonaristas de carteirinha, Coronel David (Sem Partido), que se elegeu pelo PSL e Renan Contar (PSL), estão aguardando a janela partidária para seguir com Bolsonaro para o PL. Também não devem permanecer no União Brasil, os deputados demistas José Carlos Barbosa, o Barbosinha, e o deputado Zé Teixeira. Fiéis aliados de Tereza, ambos foram vetados no PP e deixarão para tomar a decisão final aos 45 do segundo tempo.

“Para a ministra [Tereza Cristina] foi oferecida a candidatura ao senado, era a nossa candidata. O Mandetta está bem posicionado, podendo até tentar a vaga como deputado federal. Estamos disposto a dar suporte e usar toda nossa estrutura. O partido está de portas abertas a todos, mas respeito a opinião pessoal de cada um. Queremos pessoas que dialoguem com todos e não tenha uma vertente extremista e acima de tudo que agregue a candidatura da Rose Modesto”, reforçou a nova chefe do União Brasil em MS.

A meta para o partido, além viabilizar a candidatura de Rose Modesto ao governo, é indicar um nome forte ao Senado e conquistar pelo menos 2 das 8 cadeiras na Câmara Federal. “Tem muita gente querendo vir conosco, nomes do empresariado e do agronegócio, todos acreditam na candidatura da Rose. Estamos confiantes em fazer um deputado federal e com chances de fazer o segundo, isso dividido em duas ou três chapas”, revela a senadora.

Nível nacional – Em relação à presidência da república, Soraya garante que os caminhos ainda estão sendo construídos com foco no desenvolvimento econômico do País. “Não vamos virar as costas, temos uma cara e um conceito de vertente econômica, fugindo do campo ideológico, que não gera empregos e não dá respostas que precisamos no momento. Somos favoráveis ao estado mínimo necessário, de liberdade econômico e individual.”

Mesmo com algumas divergências com o governo do presidente Jair Bolsonaro, principalmente em meio à pandemia, a senadora afirma que o União Brasil não descarta apoiá-lo na tentativa de reeleição. “Sou vice-líder do governo no congresso, estou ao lado de 99% das pautas, apenas me coloquei uma forma ligada à ciência e o que determinou o ministro Queiroga e a secretária Rosana Leite, pessoas nomeadas por ele. Alguns temas do governo desgastam, mas não é uma ditadura sempre agi de forma responsável”, frisou.

A única ressalva da nova sigla é de não se alinhar com o PT (Partido dos Trabalhadores) em nenhuma hipótese. “Somos uma ala mais racional e equilibrada, mas de maneira alguma vamos nos alinhar com o PT. Trabalhei muito para tirar ele de lá, então em um possível segundo turno, certamente, vamos com a direita”, concluiu.

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