Tentando renascer, PT tem dois na disputa da presidência regional em MS
Todas as outras tradicionais lideranças políticas do partido estão presas, condenadas ou inelegíveis
O PT de Mato Grosso do Sul segue em seu processo de tentar ressurgir das cinzas. No começo de abril, fará processo interno de eleição, com apenas dois nomes na disputa pelo diretório estadual: o atual presidente, Antonio Carlos Biffi, historicamente ligado ao ex-senador Delcídio do Amaral, e o ex-prefeito de Mundo Novo, Humberto Amaducci, que deverá ter o apoio dos deputados federais Zeca do PT e Vander Loubet.
Contabilizando 10 mil integrantes e seis chapas participando do processo de eleições internas em Mato Grosso do Sul, o PT em Mato Grosso do Sul está renegado às cinzas depois da série de escândalos que vão desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff até a prisão do agora ex-senador Delcídio do Amaral e, mais recentemente, a condenação de José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT, na farra da publicidade.
A expectativa é que cerca de estes 10 mil petistas participem no próximo dia 9 de abril em todo o estado. Mesmo em alguns locais em que não vai haver eleições para direção municipal, poderá ocorrer a votação para a escolha de delegados e delegados estaduais para a escolha da direção estadual e novo presidente, que será eleito no Congresso Estadual, que acontecerá entre os dias 7 e 7 de maio, em Campo Grande.
Direção estadual – Além da presidência estadual da sigla, na disputa também será definida a direção estadual. Foram inscritas seis chapas, com representação dos mandatos dos parlamentares e das forças internas do partido, como seguem abaixo.
A “Esperança é Vermelha”, da tendência Articulação de Esquerda, que tem como líder o deputado Pedro Kemp; “Construindo um Novo Brasil com Lula 2018”, coordenada pelos mandatos dos deputados federais Zeca do PT e Vander Loubet, ambos da força “Construindo um Novo Brasil”; “Democratizar para Reconstruir, coordenada pelo mandato do deputado estadual João Grandão, da “corrente Democracia Socialista”; “Esquerda Viva”, comandada pelo mandato do deputado estadual Amarildo Cruz, independente; “Movimento Popular Socialista”, a maior das correntes petistas, é coordenada pelo ex-deputado federal Antônio Carlos Biffi, atual presidente do PT, o presidente da Fetems, Roberto Botareli, ambos da corrente “Movimento PT”; e pela secretária de Finanças do partido, Kelly Cristina da Costa, que representa a tendência “Construindo um Novo Brasil – Seguindo em Frente”; “PT da Base”, coordenada pelo mandato do deputado estadual Cabo Almi, independente.
O partido não elegeu um prefeito sequer ano passado, sem contar que, entre 2012 e 2016, havia perdido para outros partidos oito dos 14 que tinha.
Além disso, está sem integrantes de grande renome para a disputa do pleito em 2018. Uma vez que a 'velha guarda' da sigla está quase toda envolvida em investigações ou já condenada.
Sem lideranças - Então líder de Dilma no Senado, Delcídio do Amaral foi preso no dia 25 de novembro do ano passado, sob acusação de tentar dificultar as investigações da Operação Lava Jato. A prisão dele, personagem de destaque no PT de Mato Grosso do Sul, foi autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavaski.
No mesmo dia, em uma votação aberta, os senadores decidiram por 59 votos a 13 e uma abstenção por manter a prisão. Depois de 80 dias detido, ele voltou ao Senado e foi cassado por 74 votos no plenário.
Com a saída de Delcídio de cena, Zeca do PT até poderia ver seu nome ganhar força, afinal ele próprio já manifestou o interesse de disputar o Senado. Mas, decisão do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) condenou o deputado federal por improbidade administrativa, frustrando os planos do petista e deixando a sigla órfã para as eleições de 2018.
O veredito se baseou no suposto envolvimento do parlamentar em um esquema de facilitação para contratação de empresa de publicidade quando era governador de Mato Grosso do Sul (entre 1999 e 2006). Esquema que ficou conhecido como “farra da publicidade”.
A terceira via seria o deputado federal Vander Loubet. Mas, no dia 14 deste mês, o STF o tornou réu em ação penal da Operação Lava Jato, suspeito de receber dinheiro desviado da BR Distribuidora, em um esquema de corrupção inclusive com a participação de parentes, o que também colocaria o partido em descrédito nas eleições.