Com delação de Delcídio, PF conclui que Lula e Dilma armaram contra a Lava-Jato
Baseada na delação premiada do sul-mato-grossense Delcídio do Amaral (sem partido), as investigações da Polícia Federal concluíram que os ex-presidentes Luís Inácio Lula da Silva e Dima Rousseff tentaram obstruir os trabalhos da Operação Lava Jato.
O relatório classifica como abuso de poder a nomeação de Lula como chefe da Casa Civil, em março de 2016 e, ainda, a indicação do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas ao Superior Tribunal de Justiça.
Segundo o ex-senador Delcídio, a nomeação de Dantas ao STJ teria como objetivo libertar da prisão o empreiteiro Marcelo Odebrecht, detido em 19 de junho de 2015, acusado de participar de esquema de corrupção na Petrobras.
Aos três petistas, a PF atribuiu o crime de obstrução de Justiça e Mercadante ainda é acusado por tráfico de influência, conforme relatório parcial enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) na quinta-feira (16).
Também ajudou na investigação, a gravação de uma conversa entre Mercadante e um ex-assessor de Delcídio, que também seguiu para as mãos do relator da Lava Jato na corte. A PGR (Procuradoria-Geral da República) também receberá o conteúdo da PF e deve se manifestar a respeito no inquérito em andamento. Como nenhum dos três têm foro privilegiado, o pedido é que respondam aos supostos crimes em primeira instância, na justiça comum.
Conforme reportagem do Estadão publicada nesta segunda-feira (20), e confirmada pela Folha de São Paulo, a Polícia Federal diz haver provas que baseiam as conclusões prévias encaminhadas ao tribunal. Do outro lado, a defesa de Lula afirma, em nota, que a conclusão da PF é "desprovida de qualquer fundamento jurídico" e acusa o delegado de "perseguição" ao ex-presidente.
Já o advogado de Aloizio Mercadante, Pierpaolo Bottini, diz ter recebido com "surpresa" a manifestação da Polícia Federal que acusa o ex-ministro de obstruir a justiça e que os diálogos gravados "não retratam um gesto de apoio pessoal".