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Política

Delcídio era 'Ferrari' em lista de empreiteira e recebeu meio milhão

Nyelder Rodrigues | 09/12/2016 21:16

A delação premiada de executivos da empreiteira Odebrecht na Operação Lava Jato vem trazendo mais fatos curiosos à tona, além dos corriqueiros escândalos e já suspeitos casos de pagamento de propina em troca de vantagens na realização de importantes obras públicas. Um deles envolve o sul-mato-grossense Delcídio do Amaral.

Nesta sexta-feira (9), o site BuzzFeed News e a edição online da Revista Veja revelaram que o presidente Michel Temer (PMDB), por meio de intermediários - o atual ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o assessor especial José Yunes - recebeu propina de R$ 10 milhões, conforme delação do ex-executivo Cláudio Melo Filho.

No fim da tarde, o BuzzFedd publicou uma lista com os apelidos usados pela Odebrecht em suas planilhas de pagamentos de propina. Os documentos foram entregues à Justiça Federal por Melo Filho, como prova das afirmações feitas.

Entre eles está o ex-senador petista Delcídio do Amaral (sem partido), um dos principais parlamentares de Mato Grosso do Sul em Brasília (DF) e que chegou a ser líder do Governo Federal no Senado, mas acabou sendo cassado por corrupção.

Sob o codinome Ferrari, consta na lista que Delcídio recebeu R$ 500 mil após a aprovação de um projeto no Senado que definia alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O valor foi repassado ao senador depois dele reclamara que estava recebendo "pouca atenção" da empresa, conforme explica a reportagem do BuzzFeed.

Também há outras acusações, entre elas contra o senador e nome forte de Michel Temer, Romero Jucá (PMDB-RR), que depois de denúncias, teve que pedir exoneração do cargo de ministro. Ele teria centralizado R$ 22 milhões repassados ao atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e ao candidato a presidência da Casa em 2017, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Na lista da Odebrecht, de acordo com o BuzzFeed, Jucá seria "Caju", enquanto Eunício seria "Índio". Já o codinome "Justiça" era dado justamente à Renan, que enfrentou decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e seguiu à frente do Senado.

O atual presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é tratado como "Botafogo", enquanto o anterior, cassado do cargo de deputado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), era "Caranguejo", e teria recebido R$ 7 milhões.

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